O jornalista Ricardo Valladares publicou neste domingo (8) um artigo na Folha de S.Paulo em que relata sua experiência com o comunicador Silvio Santos , que morreu no dia 17 de agosto, aos 93 anos.
O texto, no entanto, chama atenção por revelar o lado cruel de Silvio, como demissões por erros de gravação, distanciamento dos seus contratados e broncas nos apresentadores, que chegaram até fazer a Adriane Galisteu chorar nos bastidores.
Ricardo afirma que os artistas raramente conseguiam ter acesso ao comunicador nos bastidores: "O modus operandi de Silvio para contratar um profissional era a sua sedutora ligação por telefone com uma proposta financeiramente irrecusável. Depois disso, o artista só o veria se Zilda, a fiel secretária de Silvio, chamasse".
Segundo o jornalista, a ligação da secretária não tinha meio-termo: ou era muito boa, ou muito ruim. " Geralmente, uma bronca. Em uma dessas vezes, ele chamou Adriane Galisteu para dar um pito daqueles. Silvio ouviu de uma de suas fontes na emissora que ela havia colocado o próprio motorista para participar de um programa de prêmios que apresentava na madrugada do SBT. A palavra mais leve que ouviu foi 'antiética'".
Ricardo crava que não era raro as vezes que Silvio Santos fez os seus contratados chorar por causa da forma com que tratava seus programas. "Adriane me contou isso chorando. Assim como ela, a jornalista Ana Paula Padrão foi à minha sala chorar sobre as mudanças de horário em seu jornal noturno".
O jornalista afirma que diversos ex-diretores já relataram que sonhavam com as broncas que tomaram do comunicador: "Um funcionário-parente no SBT chegava a gravar as conversas por telefone, para o caso de Silvio negar que havia dado determinada ordem".
Silvio é descrito no texto como "implacável" quando o assunto são erros: "Quando algo saía errado em seu programa, ele pedia para mandar embora o responsável". Entretanto, em muitos casos, ele rapidamente perdoava e o funcionários era recontratado dias depois, ou nem chegava a sair de fato.