Susana Naspolini, repórter da TV Globo, morreu nesta terça-feira (25), aos 49 anos. Susana lutava há dois anos contra um câncer na bacia. A jornalista estava internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há duas semanas.
A notícia da morte de Susana Naspolini foi dada pela filha Julia. "Oi, amigos, Julia aqui. É com o coração doendo que venho contar para vocês que a mamãe não está mais com a gente. Ela lutou muito, nossa guerreira! Agradeço muito pelas orações, muito mesmo, muito obrigada, mas infelizmente não deu", disse a jovem no Instagram.
Diversos amigos e famosos se manifestaram nas redes sociais. "Julinha… sua mãe é um ser de luz. Ela ficará para sempre nos nossos corações. Que Deus a acolha com todo o amor que ela sempre teve pela vida e pelas pessoas. Me sinto muito privilegiada de ter convivido com a alegria, a simplicidade e a generosidade dela. Meus profundos sentimentos. Força, minha querida", escreveu a jornalista Flávia Januzzi. "Julinha tão querida… Sua mãe mora pra sempre no coração de tantos de nós… Fique em paz", comentou a apresentadora Ana Paula Araújo.
A atriz Beth Goulart também deixou uma mensagem de apoio para Júlia. "Ela foi uma guerreira, um exemplo de fé, resiliência e amor, só ensinou coisas boas com sua luz, muita força para você e toda sua família, que Deus a ilumine cada vez mais receba nosso amor e carinho. Conte conosco", comentou na publicação.
Em setembro deste ano, a jornalista ficou oito dias internada no Rio de Janeiro devido a uma infecção. Naspolini foi diagnosticada com um câncer em fase de metástase no osso da bacia.
Na sexta-feira (21), a filha de Naspolini explicou o motivo de ir para São Paulo com a mãe e relatou o quadro de saúde delicado. "A gente veio para São Paulo porque o médico dela é aqui de São Paulo. Eu acabei de conversar aqui com o médico dela e ele disse que o estado dela é muito grave, é gravíssimo. O câncer, ela tava com metástase na bacia, no osso da bacia e já tinha se espalhado para medula óssea desde julho", afirmou Julia.
Susana Naspolini
Susana Dal Farra Naspolini Torres nasceu no dia 20 de dezembro de 1972, em Criciúma, Santa Catarina. Filha da professora Maria Dal Farra Naspolini e de Fúlvio Naspolini, sócio de uma transportadora de cargas, Susana sempre sonhou em ser repórter.
Em 1990, passou no vestibular para Comunicação Social na Universidade Federal de Santa Catarina. Um ano depois, conseguiu uma vaga no curso de teatro do Tablado, no Rio de Janeiro, e se mudou para a capital fluminense. Aos 18 anos, descobriu um câncer nas células do sistema linfático, a primeira de cinco batalhas contra a doença o câncer que a jornalista teria pela frente.
Era conhecida no Rio de Janeiro por denunciar de forma espontânea, bem-humorada e assertiva o descaso do poder público em áreas carentes. Após passar por afiliadas da TV Globo no estado de Santa Catarina, Susana entrou para a Globo em 2002, quando se tornou repórter da GloboNews.
Não faltou emoção na volta da @susananaspolini ! Olha a surpresa que a nossa equipe e os telespectadores fizeram: https://t.co/GT58L7q8cf pic.twitter.com/saT0Amuos8
— g1 Rio (@g1rio) November 7, 2016
Trabalhou ainda no Canal Futura, na produção e reportagem dos telejornais locais da Editoria Rio, da TV Globo. Desde 2008 se revezava com outros repórteres no comando do ‘RJ Móvel’, mas foi em 2013 que sua carreira mudou ao assumir como titular o quadro do 'RJ1' que denuncia problemas que afligem a população e cobra a solução das autoridades responsáveis.
De maneira muito autêntica, Susana inovou na maneira de fazer o ‘RJ Móvel’. Com um calendário de cobrança em mãos, Susana se colocava no lugar do outro para entender suas queixas. Chegou a testar o asfalto das ruas pedalando em bicicletas infantis e andando de skate e a expor problemas de saneamento básico navegando de barco em valas de esgoto. Em maio de 2017, a jornalista assumiu outro desafio, ao ser convidada para apresentar o 'Globo Comunidade' no Rio de Janeiro, em paralelo com o 'RJ Móvel'.
Entre as coberturas de maior destaque em sua trajetória profissional estão as chuvas que atingiram o Rio de Janeiro em abril de 2010, quando foi enviada para investigar a situação no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, região central da cidade; e em abril de 2019, quando mostrou de perto a situação dos deslizamentos na Avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro.
Participou ativamente da cobertura da ocupação policial na Vila Cruzeiro, em 2011, que rendeu ao Jornalismo da TV Globo o Prêmio Emmy Internacional. E, de forma bem diferente, da cobertura do Rock in Rio, em 2013, quando ficou pendurada por um cinto em um guindaste, para mostrar o evento do alto. Isso sem falar nas diversas coberturas do Carnaval, quando gostava de estar nas arquibancadas, cobrindo a reação popular aos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.
Em 2019, Susana Naspolini lançou o livro “Eu Escolho Ser Feliz”, uma autobiografia sobre a sua luta contra o câncer, e em 2021, “Terapia com Deus”, em que revela como a fé a ajudou a superar a perda do pai e o último diagnóstico de câncer.
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