Alessandra Negrini celebra papel em 'Travessia': 'Cansada de vilãs'

Atriz volta ao horário nobre 15 anos após protagonizar 'Paraíso Tropical'

Alessandra Negrini interpretando Cuca em 'Cidade Invisível'
Foto: Reprodução/Instagram
Alessandra Negrini interpretando Cuca em 'Cidade Invisível'

Alessandra Negrini diz que está feliz, enfim, em dar vida a uma personagem "normal" na TV, como a própria atriz afirma. Afastada há 15 anos do horário nobre — desde que protagonizou "Paraíso tropical", como as gêmeas Paula e Taís —, a artista de 52 anos volta à faixa das 21h, em outubro, na novela "Travessia", de Glória Perez.

Na trama dirigira por Mauro Mendonça Filho, Alessandra vai interpretar Guida, irmã de Leonor, personagem vivida pela atriz Vanessa Giácomo. As duas personagens perderam a mãe na infância, e tornam-se muito unidas desde então.

Um episódio, no entanto, marcará a relação de ambas quando adultas: em Portugal, Guida acabará se apaixonando por Moretti (Rodrigo Lombardi), com quem Leonor namorou na adolescência.

"Guida é uma mulher divertida, e foge um pouco do que a TV Globo costuma me dar, daquelas vilãs que sempre faço. Já estava cansada de fazer isso! Guida não é boa, nem má. Ela é uma pessoa normal, real. E que tem uma relação muito sólida com a irmã", celebra Alessandra.

"Estou me divertindo muito de trabalhar com a Vanessa e o Rodrigo. É muito gostoso jogar com eles. Sou atriz para isto: para ficar brincando com meus colegas". 

O que esperar de 'Travessia'


O título da novela dá a pista: sim, Brisa, mocinha de “Travessia” interpretada por Lucy Alves, vai viver uma jornada. Alvo de um crime cibernético com uso de deepfake (técnica que possibilita alterar o rosto ou a voz de uma pessoa em fotos ou vídeos), a personagem enfrentará uma série de percalços após circular a notícia falsa de que ela sequestrou crianças.

A história inicia em São Luís, em cenários marcados pelo colorido de tradições como o bumba meu boi e o tambor de crioula. Intérprete da protagonista, Lucy Alves realiza uma imersão, há meses, no Maranhão, para entender as especificidades da cultura — além de captar o sotaque e as gírias locais.

"Há características muito próprias ali, além de uma paisagem belíssima", afirma Glória Perez. "A colonização com franceses, holandeses e portugueses resultou num caldo cultural muito rico". 

A trama principal se inspira num caso real. Em 2014, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus foi confundida com uma suposta sequestradora de menores e apanhou até a morte de uma multidão no Guarujá, litoral São Paulo. Gravadas por celulares, as imagens do linchamento foram compartilhadas na internet.

"Esse caso me impressionou muito. As redes sociais multiplicaram o alcance de uma prática tão antiga quanto a Humanidade: a fofoca, a intriga. E, consequentemente, multiplicaram também os efeitos danosos que isso pode causar", diz a autora, que voltará a abordar temas relacionados às novas tecnologias, como em “O clone” (2001), “Barriga de aluguel” (1990) e “Explode coração” (1995).

"Sempre estive atenta para os dramas que cada avanço tecnológico acrescenta ao repertório das vivências humanas".