Os termômetros marcavam 16 graus no fim da manhã de uma sexta-feira, no Rio. Agasalhada, Alanis Guillen chegou sob chuva e ventania à Casa Bicho — espaço de exposição para artistas independentes no Jardim Botânico —, para a entrevista.
De cabelo molhado, pés descalços e pele à mostra, encarou com bom humor o frio cortante nas horas que se seguiam. Mais um dos perrengues impostos pela natureza desde que conquistou o disputado papel de Juma Marruá, a protagonista do remake de “Pantanal”, que termina no próximo mês.
“Nosso corpo ficava exposto a tudo quando estávamos gravando por lá. Tive que me acostumar com a dor dos carrapatos me mordendo durante as cenas, as formigas saúvas que invadiram a tapera e que me cortavam quando andava sem sapato”, narra a atriz, de 24 anos.
Desde o anúncio de sua escalação, a atriz se viu mergulhada nas curiosidades do público sobre sua vida íntima. Em entrevista exclusiva, ela abre o jogo sobre sua sexualidade fluida e o relacionamento com Jesuíta Barbosa.
Sobre nudez e sexo em cena, assuntos que dão o que falar entre os fãs de “Pantanal” nas redes, Alanis afirma que não sentiu o menor constrangimento durante as gravações. “Se conta uma história, não é uma questão. Não fico grilada com cenas de sexo, você não fica elaborando muito ali, assim como na vida real. A arte também tem esse papel de tirar um pouco o corpo nu dessa objetificação”, fala.
Estar no centro de todas as atenções também trouxe, inevitavelmente, a questão do assédio nestas mesmas redes. “Vivemos numa cultura machista, misógina, que vê as mulheres com olhar objetificado. Mas isso não me acua, meu corpo está a serviço de mim e mais ninguém. Se o outro acredita que tem poder sobre mim, sinto muito, mas é uma ilusão”, dispara. “Muitos homens nos manipulam e nos fazem questionar nossas certezas até fazer o que querem.”