Claudia Rodrigues defende canabidiol para tratar esclerose múltipla
Atriz vai passar por uma nova bateria de exames e foi 'cobaia' de medicamentos
Em agosto, Claudia Rodrigues vai passar por uma nova bateria de exames, como parte do tratamento contra a esclerose múltipla. E tanto a atriz quanto a namorada, Adriane Bonato, estão esperançosas. Embora seja uma doença degenerativa, ou seja, que vai agravando aos poucos, as duas ouviram das equipes médicas que a artista tem freado o quadro. A explicação exata ainda não foi encontrada, mas já está virando estudo de congresso.
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— Há quatro meses, no check up feito, o médico da Claudinha até chorou. Disse que estava mandando o quadro dela para congressos para validarem as análises com outros médicos. Esclerose múltipla é uma doença que dizem não ter cura, mas a "minha pequenininha" está provando o contrário. Ela é a prova viva de que é possível. Isso é a medicina, a fé, o amor, a vontade de querer viver — diz Adriane, que estava com Claudia do lado, concordando com tudo.
Desde que foi diagnosticada com a doença, em 2000, Claudia Rodrigues recorreu a diversos tratamentos. E chegou a ser voluntária em testes de novos medicamentos. Alguns deles à base de canabidiol, ou CBD, canabinóide presente na maconha que não tem efeito psicoativo.
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— A Claudia já foi cobaia de vários medicamentos. Ela é cadastrada na Anvisa, tem autorização para portar o canabidiol porque faz parte do tratamento dela. E isso não significa uso recreativo da maconha, ou que ela foi buscar com traficante. Não é nada disso. É um uso medicinal, é feito em laboratório.
Os remédios com canabidiol testados até agora não possuem efeitos suficientes para tratar a esclerose múltipla, mas tem ajudado a reduzir efeitos e que auxilia a atriz na rotina.
— A liberação desses medicamentos é uma luta nossa. Eu já vi pessoas interromperem um ataque epilético graças ao canabidiol. Eles ajudam a diminuir tremores. No caso da Claudinha mesmo, o olho dela fica mais retinho, ela consegue andar com mais firmeza, tem mais disposição, humor e isso faz toda a diferença.
No Brasil, pessoas físicas podem importar produtos derivados de Cannabis para tratamento médico. Para isso, é preciso solicitar uma autorização à Anvisa e apresentar uma prescrição do produto emitida por profissional legalmente habilitado. A autorização vale por dois anos.
Além disso, no país, 15 produtos já receberam autorização para serem comercializados em famárcias. A maioria dos medicamentos autorizados só deve chegar ao mercado no segundo semestre de 2022 ou apenas no primeiro semestre de 2023. Ainda assim, o consumo da cannabis medicinal tem crescido em meio a novas evidências sobre propriedades medicinais da substância.
Amor quebrando barreiras
Mais do que lidar com um possível preconceito, à primeira vista a relação de Adriane e Claudia tem uma barreira ainda maior: a da esclerose múltipla. A atriz já não caminha como antigamente, por exemplo. Tremores, de vez em quando, fazem parte dos movimentos. A fala também não é rápida e constante, embora todas as sacadas de humor que a consagraram estejam bem presentes.
— Uma coisa é fato: eu tenho as minhas limitações. Ando mal, me equilibro mal, tudo mal (risos). Mas acontece que eu tenho muita fé e amor. O que eu passei com essa pessoa aqui, você não tem ideia. O sentimento que temos uma pela outra é absurdo — diz Claudia, virando-se para a noiva na frase final.
E Adriane aprova a declaração apenas com um olhar apaioxando, para dizer em seguida:
— O engraçado é que sempre tive todos os cuidados com a Claudinha. Se saio de casa, penso se ela caiu, se ela tomou o remédio, se ela está bem... Essa preocupação continua, mas parece que diminuiu depois que começamos a namorar. Não sei explicar. Acho que foi depois de ela me dizer que ganhou uma razão a mais para viver. É como minha pequenininha descreveu: o que vivemos é absurdo. É mágico. Parece coisa de outras vidas. É um encontro de almas, é puro, singelo, foi construído ao longo desses anos — derrete-se.
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