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Juliana Didone analisa julgamentos da maternidade: 'Não tem cartilha'

Atriz refletiu sobre experiência materna, que será retratada na websérie “Diário de Mãe”

Foto: Reprodução/Instagram - 05.05.2022
Juliana Didone explora experiências como mãe de Liz em nova websérie


Entre as gravações como atriz e a jornada como mãe de Liz, Juliana Didone reuniu em um só projeto a vontade pessoal de retratar a maternidade com mais leveza. Na websérie “Diário de Mãe”, que estreia em 8 de maio, nas redes sociais, a gaúcha adicionou um tom de humor em situações cotidianas da vida materna, visando inspirar outras mães para uma jornada de experiência sem culpa e de forma natural.

Em entrevista exclusiva ao iG Gente, Juliana revela que a inspiração por trás da novidade foi o livro “60 Dias de Neblina”, de Rafaela Carvalho. A atriz entrou em contato com a obra best-seller após o nascimento da filha, quando viveu um “carrossel de emoções” e se identificou com a forma real da autora retratar o puerpério. “A sociedade tem uma necessidade de fingir alegria e completude após você ter filhos. E isso é muito nocivo para as mulheres, como foi para mim”, conta.


“Quando eu vi o título [do livro], eu falei: ‘Não quero acessar essa neblina. Aqui vai ser só luz, amores e ocitocina’”, disse entre risadas. “Mas depois que ela nasceu, eu vi que a maternidade realmente é ‘punk rock’. E foi ótimo ler o livro, porque eu vi que a sombra existe, difícil, que a gente fica insegura e vulnerável. Aquela segurança que você adquiriu ao longo da vida, como pessoa e mulher, ela fica meio abalada quando você se torna mãe. E tudo bem não estar tudo bem”, pondera.

Após a leitura, Didone se viu diante da vontade de espalhar a mensagem da maternidade real para mais pessoas, o que gerou a idealização do “Diário de Mãe” como uma peça de teatro. A pandemia fez com que o formato do projeto mudasse para uma websérie, mas a meta continua a mesma: “Quando você tem esse tipo de informação, você também conduz a sua maternidade de uma forma mais leve. Quem estiver assistindo e tendo acesso ao texto vai poder entender as confusões mentais que surgem quando a gente se torna mãe. Vai entender as oscilações de humor, a preocupação excessiva, as paranoias. Que são comuns a todas as mulheres que se tornam mães”.

“Cada um tem um jeito de lidar com a maternidade. A maternidade é única e é isso que a gente quer mostrar na série. Que não tem cartilha de nada, não tem jeito certo. Tem muita intuição e tentativa e erro. Nosso objetivo é libertar as mulheres de qualquer preconceito, julgamento ou achismo”, continua.


Apesar de ter tal visão sobre a maternidade, Juliana reconhece que os julgamentos são parte intrínseca da vida de todas as mães. Ainda que acumule mais de 800 mil seguidores nas redes sociais, a atriz explica que os comentários de pessoas próximas a afetam mais, fazendo com que ela questione as próprias decisões.

“Eu tento sempre ter uma maternidade amorosa, mas muitas pessoas me chamam de permissiva. Porque nunca bate, porque nunca fala alto, porque deixa a criança fazer o que quer. Claro que ela tem limites, claro que não pode fazer o que quer. Mas eu dou muito espaço para a Liz poder falar, expressar o que ela quer, dizer não, não querer algo. Para eu entender se eu posso respeitar ela ou se eu vou ter que negociar com ela. Já vi muita gente me julgando em relação a isso e eu me abalo, mas também respiro fundo e eu penso que um dia a conta vem também”, compartilha.

Didone segue contando como os julgamentos geram insegurança: “Me abala um pouco, fico insegura e penso: ‘Será que eu estou sendo permissiva? Será que eu fui muito impaciente?’. Acaba sendo um momento de reflexão para mim, mas às vezes é um momento de reflexão que nem precisava. Porque eu penso que ninguém melhor do que a mãe para saber o que é melhor para o filho”.

“Claro que às vezes cometemos equívocos. É importante o toque vir de quem a gente confia. Mas não é de todo mundo que a gente quer um toque. A gente quer principalmente de quem que está ali no ‘rock’. Tipo, se a minha mãe vai falar algo eu vou ouvir com plena atenção, porque a minha mãe me ajuda, ela faz parte da criação. Mas aquela pessoa que não faz parte da criação, que vem visitar e aproveita para opinar, não volta mais lá em casa… Não, não tão radical assim, mas já vou deixar essa visita mais espaçada, sabe?”, complementa entre risadas.


Juliana Didone ainda analisa que a decisão de trazer o humor para a websérie foi necessária para retratar questões complicadas, como o próprio julgamento, com mais leveza. “A gente não quer começar episódios com uma cartilha de como ser mãe perfeita, até porque a gente nem acredita nisso. Então, na medida que a gente foi escrevendo, sempre tinha isso no nosso pensamento, de que a gente queria entreter. É entretenimento, é para desculpabilizar, é para tirar o peso, é para tirar a culpa. É para a mãe ir dormir mais feliz. Exausta, mas feliz”, expõe.

Tirar a culpa de si também ajudou a atriz a se permitir a viver novas experiências pessoais. Juliana se separou do artista plástico Flávio Rossi quando a filha tinha apenas um ano e atualmente vive um relacionamento com o empresário Santiago Bebianno. Ela explica como encarou esta área da vida agora como mãe.

“Eu penso que quando eu me senti preparada, quando veio o desejo de ter uma nova relação, eu fiquei pensando em como seria a abordagem da pessoa que eu estava me relacionando com a Liz. A forma que eu encontrei foi não deixar a ansiedade tomar conta. Acho que às vezes a mulher está ali, se separou, está com a filha e quer viver um romance. E ela pode atropelar tudo por conta dessa ansiedade de já apresentar o filho para companheiro. Se a gente conseguir controlar a ansiedade, deixar as coisas andarem da forma mais natural possível, você vai entender se essa relação é importante para você, se ela é forte, se ela é firme, se ela é sólida e aí fazer essa aproximação de uma forma natural”, diz.

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Juliana também compartilha como foi apresentar o namorado para filha: “Com ela foi muito gradual. Eu já tinha me relacionado com outras pessoas depois que eu me separei, mas eu ainda não tinha apresentado para ela. Porque eu estava realmente esperando esse momento chegar de uma forma orgânica, sabe? Sem impor para criança já amar, 'esse aqui é o namorado da mamãe. Eu sou apaixonada por ele’”.

“Acho que funciona quando é mais natural, mostrar que é amigo e deixa criar relação. Acredito que para outra pessoa que está chegando nessa história é difícil. Porque a pessoa gosta de você então quer que a filha também goste dele. Então quanto mais natural possível eu penso que que é o melhor, sem ansiedade e sentindo assim ao decorrer da relação o momento certo. Para mim, veio depois. Quando eu conheci o Santi a gente já estava há um tempo juntos e ele conheceu a Liz, era meu amigo, essas coisas, até que virou meu namorado”.