Morre William Hurt, ator em 'O Beijo da Mulher Aranha', aos 71 anos
Notícia foi divulgada pelo filho do ator, que faria aniversário daqui a uma semana
Ganhador do Oscar por sua interpretação de um prisioneiro gay em "O beijo da mulher aranha" (1985), dirigido por Hector Babenco, o ator William Hurt morreu neste domingo, em casa, aos 71 anos, de causas naturais. Ele teve quatro filhos. Não foram divulgados detalhes sobre o sepultamento.
O filho do ator, Will, postou em suas redes a notícia: "É com grande tristeza que a família Hurt lamenta a morte de William Hurt, pai amado e ator vencedor do Oscar, em 13 de março de 2022, uma semana antes de seu 72º aniversário", escreveu ele. Além da indicação pelo filme de Babenco, Hurt concorreu por suas atuações nos filmes "Filhos do silêncio" (1986), "Nos batidores da notícia" (1987) e "Marcas da violência" (2005).
Ator que passou por espetáculos da Off-Broadway, William Hurt teve seu primeiro papel de destaque no cinema como um cientista no thriller de ficção científica "Viagens alucinantes", pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Nova Estrela do Ano. Em seguida, teve desempenho memorável como o advogado seduzido por Kathleen Turner em "Corpos ardentes" (1981) e depois apareceu no papel de Arkady Renko em "Mistério no Parque Gorky" (1983) e em "O reencontro" (1983) - atuações que fizeram dele um dos atores novos mais cultuados dos anos 1980.
Sua carreira continuou com filmes de sucesso, como "O turista acidental" (1988), "Simpesmente Alice" (1990, de Woody Allen, ao lado de Mia Farrow), "A peste" (1992, em que viveu o protagonista da adaptação do livro de Albert Camus), "Perdidos no espaço: O filme" (1998), "A.I. Inteligência artificial" (2001, de Steven Spielberg) e "Syriana: a indústria do petróleo" (2005).
Os fãs do universo Marvel dos quadrinhos lembrarão de William Hurt como o ator que viveu o general Thaddeus Ross nos filmes "O Incrível Hulk" (2008), "O primeiro vingador: guerra dos heróis" (2016), "Vingadores: Guerra infinita" (2018), "Vingadores: Ultimato" (2019) e "Viúva Negra" (2021). Juntamente com seus papéis no cinema, Hurt também apareceu em vários programas de TV. Ele recebeu indicações a prêmios por seu papel em Damages em 2009 e também esteve nos elencos de "Goliath" e "Condor".
Sua última atuação foi no filme "A Filha do rei" ao lado de Pierce Brosnan, e teve vários projetos que deveriam entrar em produção em breve: a série de TV "Pantheon" e os filmes "The fence", "Men of granite" e "Edward Enderby".
William Hurt nasceu em 20 de março de 1950 em Washington, DC. Seu pai fazia parte da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, uma função que o levou a mudar-se com a família se mudar para Lahore, Mogadíscio e Cartum. Seus pais se divorciaram e sua mãe se casou com Henry Luce III, filho do editor Henry Luce.
Hurt frequentou a Universidade Tufts, onde estudou teologia. Mas o bichinho da atuação o mordeu, e ele se juntou à divisão de drama da Juilliard School, onde passou quatro anos imerso entre futuras estrelas como Robin Williams e Christopher Reeve.
A partir de 1977, o ator foi membro da Circle Repertory Company, ganhando um Obie Award por sua aparição em "My life", peça de Corinne Jacker. Ele tinha um amplo currículo no teatro, tendo ganhado um Theatre World Award de 1978 por suas atuações em "Fifth of July", "Ulysses in traction" e "Lulu".