Ministério Público diz que Alok não cometeu calúnia contra empresário

MP indica que artista não foi criminoso ao falar de Marcos Araújo, da produtora AudioMix

Foto: Marcelo de Assis
Após decisão judicial, Alok conquista direito do clipe “Un Ratito” retornar ao YouTube


Alok se defendeu na Justiça após ser acusado de calúnia e plágio na semana passada. O DJ foi acusado pelo ex-empresário, Marcos Araújo, de sofrer calúnia. No caso, Alok disse que o produtor foi o percussor das matérias que o acusam de não dar créditos para o duo Sevenn em diversos hits, como 'Un Ratito'. 

Marcos, da AudioMix e Villa Mix, apresentou na segunda-feira (24), um processo criminal contra o DJ, sob a alegação de calúnia. Para o iG Gente, o advogado de Alok, Robson Cunha, diz que o Ministério Público não recebeu o processo e pede provas da acusação. 

"Em suma, determinou que o mesmo apresentasse provas concretas da acusação, pois as apresentadas por Marquinhos não configuram prática de crime pelo Alok, ao contrário, reforçam a verdade dos fatos", diz o advogado. 

“Além do mais, o crime de calúnia, como dito acima, não se contenta com afirmações genéricas e de cunho abstrato (…). Em suma, a queixa-crime menciona equivocadamente como sendo um crime de calúnia que pela descrição não se verifica", diz a decisão do Ministério Público de São Paulo. 

O advogado diz que as acusações que Alok sofreu reforçam a tentativa de ataque à imagem do DJ. "Os últimos acontecimentos reforçam tudo aquilo que Alok afirmou e apresentou em sua defesa, que há uma série de ações orquestradas de tentativa de ataques a sua honra e a tudo aquilo construído por ele ao longo de sua carreira, e isso resta claro no momento em que ele rompe com o antigo escritório que o agenciava, mas que graças à justiça brasileira o direito é respeitado e a verdade prevalecida", diz o advogado. 

Além disso, Alok também venceu na Justiça contra a plataforma de vídeo YouTube. No caso, após a denúncia do duo Sevenn, o artista teve a música 'Un Ratito', em parceria com Juliette, retirada do canal oficial do YouTube após ser acusado de não dar créditos para o duo. 

Na decisão da juíza Simone Monteiro da 2ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, foi exigido o retorno do conteúdo para a plataforma. A decisão e o documento com a ordem dão o prazo de 24 horas para o cumprimento. 

Em nota enviada ao iG Gente, nesta sexta-feira (28), a defesa de Marcos Araújo, da ÁudioMix, sugeriu que a defesa publicada por Alok está deturpada. "A nota divulgada pela equipe do DJ Alok encontra-se nitidamente deturpada e não tem outro objetivo senão manipular, ainda mais, a opinião pública. Em primeiro lugar, o Ministério Público, em ações penais privadas, atua como fiscal da lei e seus pareceres, portanto, não são vinculantes. Assim, ao contrário do que disse a referida nota, cabe ao juiz, e não ao Ministério Público, receber a ação penal", diz trecho da nota.

Leia nota completa de Marcos Araújo, da ÁudioMix: 

A nota divulgada pela equipe do DJ Alok encontra-se nitidamente deturpada e não tem outro objetivo senão manipular, ainda mais, a opinião pública. Em primeiro lugar, o Ministério Público, em ações penais privadas, atua como fiscal da lei e seus pareceres, portanto, não são vinculantes. Assim, ao contrário do que disse a referida nota, cabe ao juiz, e não ao Ministério Público, receber a ação penal

A manifestação ministerial foi exclusivamente no sentido de que não entendia pela existência do delito de calúnia, mas não descartou a hipótese da existência do delito de difamação.

Trata-se apenas de uma divergência de entendimento jurídico quanto à imputação penal, o que não quer dizer, em absoluto, como faz crer a nota divulgada pela equipe de Alok, que as condutas potencialmente criminosas praticadas por Alok não tenham ocorrido. Afinal, as ofensas contra a honra de Marcos Araújo foram perpetradas por Alok e divulgadas publicamente em suas redes sociais e todas as provas encontram-se no processo.