Rainer Cadete diz que foi aconselhado a ser mais "homem e viril"
"Não me sentia nada daquilo", diz o ator relembrando o que ouviu no começo da carreira
Sucesso como o Visky de "Verdades secretas 2", do Globoplay, Rainer Cadete fala hoje com naturalidade sobre sua sexualidade fluida, como ele mesmo prefere se definir. Mas nem sempre foi assim. O ator de 34 anos afirma que, no início da carreira, sofreu pressões para ser "mais viril e mais homem" para poder se encaixar num perfil de galã. As incertezas sobre seu futuro na profissão vinham acompanhadas do patrulhamento que sofria na época.
"Eu era um ator com menos experiência, tinha muito mais dúvidas se eu ia me estabelecer no mercado, ou não. Tinha muitas pessoas falando que eu deveria ser mais viril, que eu tinha que ser mais homem de acordo com os padrões. Que eu tinha de ser um galã, que eu tinha de ser isso e aquilo. E eu não me sentia dana daquilo, né? E eu acho que foi isso que aconteceu. De lá pra cá, o que eu fiz foi, trabalhei bastante. Foquei no que meu coração mandava. Sonhei muito e realizei grande parte dos meus sonhos. Tive muitos momentos de dificuldade. Tive muita dúvida do que eu ia conseguir no mercado, ou não", diz Rainer à revista "MENSCH".
Rainer Cadete revela também que personagens como o Visky o encorajaram a falar em entrevistas sobre sua própria sexualidade:
"Eu sempre sentia a minha sexualidade como fluida, eu sempre achei que eu poderia me apaixonar por pessoas independentemente do sexo – eu poderia me apaixonar por homens ou por mulheres. E Visky veio, sim, me dar uma força para falar sobre isso, mas eu sempre me senti dessa maneira... E deu vontade de falar sobre isso também como pessoa física. Porque eu sempre achei que minha arte fosse o suficiente, ela falava por si só. As pessoas perguntaram tanto, tanto, sobre a minha sexualidade que eu falei “por que não falar, sabe?”. Qual seria o problema? Medo de retaliação, de estigmatizarão… Não eu acho que a questão de falar vai mostra e abrir o debate, fazer pessoas que se sentem como eu sentirem também com o direito de viver".