Bonner alfineta Bolsonaro: "A imprensa não está aqui para agradar"

Em discurso no "Domingão", jornalista falou sobre polarização política

Foto: Globo
William Bonner tem 58 anos

William Bonner, de 58 anos, marcou presença no "Melhores do Ano", exibido no "Domingão com Huck", no último domingo (02). Durante sua participação, o apresentador - apesar de não ter ganhado a categoria de "Jornalismo" - parabenizou sua colega de bancada, Renata Vasconcellos, pela vitória. "Ela [Renata Vasconcellos] é uma parceira incrível. A gente passou por maus bocados nesses dois anos. Eu, Renata, toda a equipe do JN, os jornalistas e toda a área técnica, porque o jornalismo é feito aqui também pela moça que passa o álcool em gel de mesa em mesa. Não foi fácil. Esse prêmio é para Renata, é muito merecido, eu tô muito emocionado", declarou.

Em seguida, Luciano questionou o jornalista sobre comandar o principal jornal da emissora em um ano tão atípico. O âncora aproveitou a oportunidade para alfinetar o atual governo. "Eu acho que nós estamos passando por um momento, não só no Brasil, mas no planeta de uma polarização excessiva e a imprensa independente não está aqui para agradar ninguém. E ela [imprensa] está aqui para cumprir seu dever e ao cumprir esse compromisso pode desagradar os extremos", iniciou o jornalista.

"Eu tenho que te dizer que um momento como esse, no 'Melhores do Ano', nos permite ver como fazemos um trabalho complementar. Porque enquanto nós, jornalistas, estamos informando, combatendo a desinformação, dentro da grade de programação da Globo, nós estamos ali convivendo com entretenimento, show, novela, arte… e informação e arte salvam o país, meu amigo. Estamos no mesmo barco”, finalizou Bonner, que foi aplaudido pelos presentes no 'Domingão'.

Não é de hoje que Bonner e Bolsonaro trocam farpas. Há algum tempo, durante o "Jornal Nacional", o apresentador citou como "falsa e absurda" a fala do presidente que associava a vacina contra o novo coronavírus (Sars-coV-2) à Síndrome de Imunodeficiência Adquirida [AIDS]. "Completamente falsa e absurda. Desde que foi publicada, essa nova iniciativa de Bolsonaro de desacreditar vacinas e desestimular a vacinação deixou incrédulas as comunidades médicas e cientificas. [Além disso], provocou críticas veementes também no meio político", discursou o jornalista, referindo-se à live do presidente que foi excluída do Instagram, Facebook e YouTube por conter material com informações irreais.