Samantha Schmütz se arrepende de chamar de Deborah Secco de "tosca"
Atriz falou também sobre desengavetar projeto musical
Samantha Schmütz -- que atacou Deborah Secco -- tirou do fundo da gaveta músicas que escreveu 15, 20 anos atrás. Sente que chegou o momento de usar sua potência artística de um jeito diferente. Saem os filmes e programas de comédia e entram em cena ritmos como o samba. “Canto desde 1997. Em Niterói, onde nasci e vivo até hoje, estava sempre pedindo uma oportunidade nos barzinhos. Cheguei a ser backing vocal de banda e, em 2020, lancei canção com a Nação Zumbi”, conta a atriz, que passou os últimos dias em São Paulo finalizando faixas para um álbum futuro.
Uma das mais interessantes da safra é “Tá tudo errado”. A letra surgiu em 2000, quando o Brasil completou 500 anos, e fala das mazelas do país, pelos cinco séculos. Num trecho, ela diz: “Nos invadiram, nos transformaram. O que era belo, escravizaram. O que era lindo, asfaltaram”. “Na minha avaliação, estamos exatamente no mesmo lugar”, observa Samantha. “A canção, aliás, se chamava ‘Índios no asfalto’, mas resolvi ressignificar.”
Ressignificar, aliás, é o que Samantha vem fazendo com a dor da perda do humorista e seu grande amigo Paulo Gustavo, que morreu no último dia 4 de maio em decorrência de complicações causadas pela Covid-19.
"Paulo levou a metade da alegria do Brasil. Ele era próximo de todo mundo. Se essa pessoa que era parente do país inteiro não nos comoveu a ponto de realmente nos levantar, o que vai? Choro todos os dias desde que meu amigo partiu. É difícil. Todo lugar em que vou eu me lembro dele. São muitas recordações", diz ela, que vem se posicionando combativamente contra personalidades públicas que não se indignam com o descontrole da pandemia no Brasil.
Deborah Secco, por exemplo, também foi um dos alvos de crítica de Samantha. Ela chegou a dizer que a atriz deveria mudar o sobrenome para "Tosca" ao continuar postando publicidades e dancinhas normalmente depois da morte de Paulo. Arrependida, a humorista diz que pretende encontrar a colega para falar sobre assunto e dizer que errou.
"Falamos com tantas pessoas na internet e não estamos tratando assuntos sérios. Não é para as pessoas pararem de fazer publicidade ou dancinhas. Não é isso. Mas é cruel fazer neste momento. Mais uma vez, não estou apontando o dedo para alguém. Todos nós temos que nos questionar: Será que é legal só mostrar a vida maravilhosa? Não quero transformar isso numa briga pessoal. Estava muito chateada quando falei aquilo sobre a Deborah; a morte do Paulo estava muito recente. Eu errei, não foi legal. Não deveria ter feito. O dia que nos encontrarmos, quero falar sobre esse assunto com ela. Não desejo que isso vire uma grande coisa", comenta.