A volta da monarquia? Web catapulta interesse pela Família Real no Brasil

A Casa de Windsor reina há mais de 100 anos no Reino Unido e, aparentemente, não poderia estar vivendo um momento melhor com os brasileiros, que não têm Rei, ou melhor, Imperador, desde 1889

Em 1917 o mundo conheceu a Casa de Windsor, anteriormente chamada de Saxe-Coburgo-Gota. Um século depois, entre altos e baixos, a Família Real britânica se mantém no rooftop das dinastias mais populares do mundo moderno. 

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Foto: Reprodução Twitter
Rainha Elizabeth II

Nos tabloides as notícias são mescladas, entre uma celebridade e um filme, existe sempre uma matéria sobre a Família Real britânica. No Brasil, este fenômeno editorial é forte e com a chegada do artifício da tecnologia o interesse no clã cresceu voluptuosamente.

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Nos últimos 12 meses, personalidades como Rainha Elizabeth II , Príncipe Harry, Príncipe William e Meghan Markle mantiveram altos índices popularidade no Google Trends, detendo de 80 a 100 pontos, em um ranking de 0 a 100, nos mais variados estados do Brasil.

A menos pontuada da família é Kate Middleton, com 21 pontos, no entanto, em datas comemorativas, como aniversários e cerimônias, a nobre têm picos de 100 pontos. Um exemplo disto é o dia 28 de abril, véspera do aniversário de casamento da Duquesa.

Para corroborar o crescimento de interesse, o iG Gente conversou com a jornalista, professora de história e especialista em monarquias Astrid Beatriz Bodstein. 

“A britânica ainda é a dinastia que mais chama atenção das pessoas. Existe um interesse muito grande e constante. Certamente têm picos aí, em uma década têm mais gente interessada, em outra têm menos, até porque as pessoas morrem e nascem”.

Questionada sobre o motivo de tanto interesse dos brasileiros pela realeza britânica, a especialista argumenta. “Quando falamos em monarquia na Europa, são 12, dessas 12 a britânica sempre foi a mais popular porque têm um trabalho de marketing contínuo desde o tempo pós segunda guerra. Esse marketing mexe com o imaginário coletivo”.

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Ao citar o imaginário coletivo, Astrid fala não apenas sobre símbolos, mas de protocolos, etiquetas, políticas e, principalmente, nostalgia. A curiosidade de um tempo distante, pelo menos para o Brasil. O interesse para, citando Sérgio Chapelin, saber “como vivem, o que comem, o que fazem, como sobrevivem e onde moram” os nobres. 

O efeito rede social

Foto: Divulgação
Casamento de Diana e Charles

Apesar de considerar que a internet tenha sido uma artifício que motivou, não só o movimento monarquista mas, o interesse por monarquias ao redor do mundo, Astrid confessa que o mesmo “desnudou” a nobreza, a deixando comum, alcançável.

“Ao mesmo tempo que a internet trouxe essa proximidade [com os membros da realeza], ela também desmistificou a mesmo. É uma via de mão dupla”, disse ela, dando a entender que a aproximação dos internautas ao cotidiano dos nobres sanou parte da curiosidade e do encanto do público.

Todavia, antes mesmo da tecnologia ser um grande fenômeno, membros da realeza como Charles e Diana paravam o mundo ao celebrar seu casamento, em 1981. Enquanto isso, os herdeiros do ex-casal, Harry e William, que se casaram na era digital, mesmo possuindo as ferramentas para ter um casório mais icônico, não alcançaram o mesmo patamar de seus pais.

Sobre isso Astrid disserta: “Têm o casamento de Charles e Diana, em 80, e William e Harry agora na década de 10. São 30 anos de diferença. Eu acredito que as coisas são muito variáveis.  A própria correria da vida moderna justifica. As pessoas não têm mais o mesmo estilo de vida do que na época de Diana e Charles. No casamento do William, por exemplo, eu tinha que lecionar. Assim como eu, muita gente não pôde assistir”.

Apesar do estilo de vida contemporâneo ser um inimigo para a popularidade da realeza britânica, a especialista acredita que alguns eventos futuros prometem paralizar a sociedade mundial, assim como o casório de Di e Charles fez. 

“A a realeza britânica continua em voga, afinal, têm aí certos eventos que atrairão o público, como a (futura) morte da Rainha Elizabeth II, a coroação do Príncipe Charles, o mistério de saber se Camila será coroada, a possibilidade de Charles abdicar em nome de William... tem todos estes pontos em questão”.

O fim de uma dinastia? 

Com os Windsor em reinado por mais de 100 anos, a reportagem questionou se há possibilidade de, em um futuro próximo, a dinastia ser derrubada por outro regime, já que, apesar de enxuto, o movimento anti-monarquista britânica tem feito bastante barulho.

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“O grande perigo para as monarquias é um conceito de União Europeia, porque aí você tem um território sem fronteiras. Na minha opinião, acho que isso pode representar um perigo. As revoluções são sempre desastrosas e eu espero não estar aqui para ver a queda de nenhuma Família Real ", finalizou a especialista em monarquias Astrid Beatriz.