Marketing do amor? Celebridades expõem seus relacionamentos e ganham com isso
Muitos artistas usam suas relações para fortalecer sua “marca” e se tornam desejados, não só na publicidade, mas em suas profissões
Anônimos ou famosos, a maioria das pessoas está em busca do amor . A diferença é que, no caso de anônimos, poucas pessoas tem interesse em seu relacionamento, enquanto as celebridades geram curiosidade generalizada. E, quando eles finalmente encontram o amor, por quê não mostrar para quem quiser ver?
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Nos últimos 10 anos, principalmente com a popularização de redes sociais , é comum que as pessoas exponham certos aspectos de suas vidas, inclusive seus relacionamentos. E no caso dos famosos, estar em um relacionamento pode deixa-los ainda mais em evidência. “É inegável que quando duas pessoas públicas estão juntas podem acabar por ‘unir forças’ associando suas imagens em um relacionamento amoroso”, comenta Karla Ikeda. Autora do livro “Profissão: Famoso – Como gerenciar imagens de sucesso”. Em seu livro, a escritora utiliza o exemplo de celebridades que podem ser aplicados em qualquer profissão, para que a pessoa atinja o sucesso em sua área.
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Mas a questão é: qual o limite entre dividir algo pessoal com seus seguidores e expor a relação a ponto de se beneficiar disso? O termo “ marketing do amor ” é mais utilizado para relacionamentos de fachada, onde os parceiros “criam” uma relação para se promover. Porém, nem sempre é assim. Pelo contrário, para que o casal cresça como uma marca, relacionamentos falsos raramente funcionam. “Muitos casais ganham dinheiro com sua ‘felicidade exposta’ mas é perigoso observarmos um relacionamento apenas pelo viés do marketing. Expor um relacionamento saudável e feliz pode valer alguns contratos interessantes para estes artistas, mas, dizer que eles usam o seu relacionamento para fins mercadológicos, já é um julgamento que não podemos fazer”, explica Rogério Ramalho, professor e coordenador geral dos programas de pós-graduação MBA do Ibmec/RJ.
“Cada um deles possui sua profissão e, juntos, acabam divulgando seus estilos de vida e reforçando as suas respectivas carreiras”, completa Rogério. É o caso, por exemplo, de Gracyanne Barbosa e Belo . Ambos tem carreiras independentes - ela conhecida como musa fitness e exemplo de saúde, ele cantor – porém, juntos, eles tem uma “ marca ” forte. Mesmo não fazendo muito merchadinsing juntos, mostrar seu estilo de vida cria uma empatia com seu público e fortalece os dois, não só como casal mas, justamente, em suas carreiras individuais.
Eles não são os únicos exemplos disso. Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso saíram de uma crise que quase os levou a separação, depois de uma traição do ator. Com uma suposta paternidade fora do casamento , a relação dos dois parecia no fim da linha. Mas, o que aconteceu, foi o oposto. Eles abriram o jogo em entrevistas, Bruno confessou a traição, e eles acabaram saindo mais fortalecidos. Tão fortalecidos que hoje são considerados um dos casais favoritos do público. Além da publicidade que fazem juntos, eles se uniram em uma série de negócios que, para seus seguidores (não só nas redes, mas quem acompanha suas carreiras), são confiáveis.
“O que devemos observar neste fenômeno contemporâneo é que, se o casal possuir personalidade e “vida própria”, cada um com sua carreira ou atividade, as chances de se manterem em evidência são maiores. Mas, mais importante do que se manter em evidência, é se manterem relevantes”, comenta Rogério.
Se isso rende contratos publicitários, também deixa o artista em evidência na sua própria profissão. “Como a imprensa explora o relacionamento amoroso, aquelas pessoas acabam sendo lembradas pelas produções e sendo chamadas para diferentes tipos de trabalhos. São lembradas e também são interessantes para a produção, pois atraem a curiosidade do público, ou seja, atraem a tão desejada audiência”, comenta Karla.
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Tiro pela culatra
Se alguns artistas acertam na maneira como fazem o “marketing” de seus relacionamentos e das marcas que representam, nem sempre isso funciona. Ainda de acordo com o professor, isso só será efetivo se o estilo de vida do casal, seus credos e atos condizerem com a marca que eles estão representando. A apresentadora Angélica , por exemplo, ficou marcada por fazer propagandas de salsichas que fez ao lado do marido, Luciano Huck , mesmo sabendo-se que ela não come carne.
No caso dos dois, há uma imagem consolidada de família e, por mais que esse deslize publicitário tenha tido um efeito negativo, no geral, a imagem deles não foi prejudicada. Portanto, nesse caso, não é relevante fazer uma maior exposição de suas vidas na internet. Não é o caso, por exemplo, de subcelebridades e participantes de reality shows . Para essas pessoas, anônimos que não tem uma carreira estabelecida como celebridade, é importante contar com o compartilhamento com o público.
A ex-BBB Vivian Amorim parece ter percebido isso. Apesar de reclamar de seu caso na casa do BBB 2017 , Manoel Rafaski, ela voltou as boas com o rapaz, e eles tem aproveitado a fama repentina. Viagens, aparições juntos e até uma participação do gêmeo de Antônio no canal de Vivian. Tenho a impressão de que as subcelebridades de um modo geral utilizam-se mais dos "novos relacionamentos" como "iscas" para a imprensa”, comenta Karla.
Hiperexposição
Se manter na mídia, e relevante, é algo que exige planejamento. E, de preferência, um gerenciamento da imagem. Caso contrário, a personalidade pode cansar o público, e acaba perdendo a simpatia das pessoas. “Se, por um lado, uma imagem de casal pode ser ótima em uma campanha publicitária, por outro, pessoas envolvidas em relacionamentos conturbados ou que estão sempre trocando de parceiros não terão uma boa aderência perante ao público de um produto que espera ver um casal romântico”, explica Karla.
Um bom exemplo é a cantora Taylor Swift . Famosa por suas letras sobre relacionamentos, Taylor acaba expondo muito seus relacionamentos, a exemplo de seu curto e comentado caso com o ator Tom Hiddleston . Em 2016, depois que as primeiras fotos do casal sugiram, os dois foram “flagrados” por fotógrafos quase que diariamente. Na cidade dele, na cidade dela, em viagem a Europa, visitando sets de filmagem, saindo para jantar. Com dois artistas de perfil elevado, o relacionamento era o mais comentado na mídia. Dois meses depois, o caso acabou e a imagem de ambos ficou marcada pela superexposição. “É natural, mesmo para pessoas anônimas, querer demonstrar publicamente seu carinho pelo parceiro ou talvez fazer um desabafo sobre uma questão do relacionamento, no entanto, muitos se esquecem da repercussão que isso pode causar e, em se tratando de um figura pública, essa repercussão é ainda maior.
O marketing do amor
Como o professor Rogério explicou acima, não é possível afirmar que casais estejam juntos somente por conta da boa exposição que isso pode gerar. Mas, é possível perceber como eles usam seu status de “casal” para elevar a carreira. Em muitos casos, eles recebem ofertas de trabalho juntos, como é o caso de Taís Araújo e Lázaro Ramos , que trabalham juntos em “Mister Brau”, além de estrelar a peça “O Topo da Montanha”. Seja na carreira, em contratos publicitários, ou para elevar o status de família, essas celebridades sabem fazer o marketing do amor.
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