“As mulheres estão cada vez mais presentes no humor”, comemora Letícia Lima
Em entrevista exclusiva, atriz celebra ótima fase que vive na carreira: "lutei muito para conquistar o meu espaço" e agradece "carinho do público"
Aos 32 anos, Letícia Lima está de bem com a vida. Afinada no amor, vive uma relação amorosa muito bem resolvida com a cantora Ana Carolina , a ex-integrante do Porta dos Fundos está diversificando para capitalizar na carreira. Depois de roubar a cena na novela das 21h “A Regra do Jogo” e no game show “Dança dos Famosos”, ela promete acontecer de vez no cinema em 2017. “Ninguém Entra, Ninguém Sai”, estreia deste fim de semana nos cinemas brasileiros, a traz como Suellen, uma jovem que sonha em casar e acaba presa em um motel com o namorado enquanto o governo investiga a possível ameaça de um vírus.
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Na entrevista exclusiva ao iG Gente , Letícia Lima fala sobre a personagem pela qual se apaixonou, desse momento em que a mulher assume cada vez mais o protagonismo na comédia e fala um pouco de seus projetos futuros.
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iG - A Suellen é a pessoa mais pra cima e sonhadora do filme e você a reveste de graciosidade, bom humor e sensualidade. Gosta de viver personagens assim? Por quê?
Letícia Lima - Eu gostei muito de interpretar a Suellen, que é uma personagem para cima. Esse filme tinha um clima muito gostoso. A gente vê ator falando que o elenco parece uma família, mas, nesse caso, foi mesmo. Tem casos que não (risos). Isso ajudou muito o trabalho. Na verdade, eu gosto do ofício. E gosto de todos os tipos desafiadores, como foi o caso da Suellen.
iG - A relação com o Edu, principalmente durante esse confinamento forçado, parece muito como a leitura que temos de um casamento. Te incomoda em algum nível que nossas comédias reafirmem estereótipos e clichês? Por que você acha que a Suellen queria tanto casar?
LL - Se existe uma justificativa no texto, na história, não vejo problema. E não dá para problematizar tudo. O filme é uma comédia, queremos contar uma história para entreter o público. E entregamos isso no resultado. Temos uma reunião de personagens, dos mais diversos tipos. Mas a ficção tem essa licença, essa permissão, de colocar a lente de aumento. Sobre a Suellen querer casar, eu acho que é um sonho mesmo, algo que ela sempre quis. E ali, com o Edu, ela tenta unir o útil ao agradável (risos).
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iG - Há muita sátira no filme. É lógico que isso vem da crônica do Verissimo, mas eu acho que foi potencializada pelo roteiro do Paulo Halm, pela direção do Hsu Chien e por esse elenco tão habituado à comédia. Como foi o processo criativo e filmar em "confinamento"?
LL - O Hsu é um diretor muito atento, muito criativo. E como eu falei, rolou uma sintonia muito legal entre o elenco. Foi um trabalho em que os atores puderam exercitar a criatividade em parceria com a direção. Foi difícil segurar o riso nesse “confinamento”. A gente tinha que se concentrar muito para não cair na gargalhada. A história é muito interessante, eu acho. E a gente pôde vivenciar um pouco daquele clima que os personagens estavam experimentando no filme.
iG - Qual a sua personagem preferida em "Ninguém Sai, Ninguém Entra"? E qual você gostaria de expulsar daquele motel?
LL - Impossível eu não escolher a Suellen. Ela é a minha personagem preferida (risos). Eu amei poder dar vida à Suellen. Quem eu gostaria de expulsar? Difícil. Acho que não tem como expulsar ninguém, porque cada um deles desempenha uma função na história. Se saísse alguém, não teria tanta graça.
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iG - Você ainda tem mais dois filmes para estrear em 2017. Pode falar um pouco mais sobre eles?
LL - Pois é! Ainda tenho dois filmes para estrear. É um ano de cinema e estou amando. Muitos trabalhos! Tenho “Duas de mim” e “98%” para lançar. O primeiro tem direção da Cininha de Paula e o segundo do Ian SBF. São trabalhos bem distintos.
iG - Você é uma presença cada vez mais forte e querida na TV. "A Regra do Jogo", "Vai que Cola" e "Dança dos Famosos" ajudaram a consolidar sua imagem como atriz para um público mais amplo do que o do Porta e o do cinema. Qual a leitura que você faz dessa fase e aonde quer chegar?
LL -Eu estou vivendo uma fase muito boa. Estou feliz demais! Eu amo o meu trabalho e poder viver dele é um privilégio. Era isso o que eu queria e estou conseguindo. Fico grata pelo carinho do público, pela receptividade... lutei muito para conquistar o meu espaço. Aonde eu quero chegar? Eu quero é continuar trabalhando, dando vida a novos personagens. Esse é o meu objetivo.
iG - A Tatá Werneck está arrasando à frente do Lady Night. O que você está achando de um talk show apresentado por uma mulher? Como o humor pode contribuir para a agenda feminista?
Letícia Lima - Eu acho muito legal. Talk show é um espaço tão conhecido pelos homens e ter uma mulher à frente de um é sensacional. E a Tatá está genial, arrasando. O humor contribui não só para a agenda feminista, mas em tantas outras questões. É uma ferramenta que leva, através do riso, o público a refletir questões importantes para a sociedade. Temos muitas humoristas desempenhando um trabalho legal. É importante vermos que as mulheres estão cada vez mais presentes no humor. Não tem essa de só homem fazer comédia. O que importa é o talento e não se você é homem ou mulher.