Tamanho do texto

Opinião: timidez no jogo e perfil assistencialista do discurso pró-Gleici afastam legitimidade da finalista como campeã moral do "BBB 18"

Gleici chega à final do "BBB 18" como uma das grandes personalidades do programa. A acreana de 22 anos já era uma sensação antes mesmo de entrar na casa. Por ser filiada e militante do PT já foi alvo de polarização nas redes sociais antes mesmo do reality começar. Uma vez na casa, Gleici foi ganhando contornos de "planta" foi saíndo da letargia muito em parte pelo fato de com sua simplicidade e humildade entrar no radar de participantes mais proativos. Ganhou forças, portanto, da perseguição que passara a ser vítima.

Leia também: Kaysar é eleito o mais "apelão" do "BBB 18" pelos leitores do iG

Gleici
TV Globo/ Divulgação
Gleici

Parece razóavel supor que a oposição a Gleici na casa se dá por traços de preconceitos com pessoas do Norte e de classe social baixa, mas o carisma da acreana também parece ter sido o suficiente para contornar a questão. Apenas Kaysar parece fazer frente à jovem em matéria de capitalização na internet.

Os fã-clubes da "fada" e desse "cristal" como ela costuma ser referenciada nas redes sociais se engajaram em campanhas para manter a participante que mais foi ao paredão na edição de 2018 do "BBB" - foram quatro ao todo - no jogo.

A relação com Wagner, minimalista e cheia de momentos doces, contribuiu para que ela ganhasse mais evidência e simpatia no jogo. A paixonite respondeu por alguns dos melhores momentos da acreana no game. Outro foi com patrocínio do público. A #gleicidoretorno foi o melhor momento do "BBB 18" em números de audiência e fez com que a produção do programa comprasse um discurso das redes sociais - comparando a trama do programa à da novela das 21h, "O Outro Lado do Paraíso" - e ajudasse a patentear Gleici como a heroína do reality.

Leia também: "Levanta a cabeça princesa": confira as frases mais marcantes do "BBB 18"

Por que Gleici não deve ganhar o "BBB 18"?

Na reta final, os participantes do
Divulgação / Rede Globo
Na reta final, os participantes do "BBB 18" estão com as emoções à flor da pele

Não se trata de uma questão de merecimento. Os três finalistas merecem, por razões implícitas e alheias ao jogo, vencer a edição de 2018 do reality. No entanto, atendo-se fundamentalmente a questões relacionadas ao jogo, a acreana foi tímida nas proposições e também nas reações dentro do game. Tanto Família Lima como Kaysar jogaram e viveram a experiência "BBB" de maneira mais intensa, plena e decidida.

Não obstante, o "BBB" já parecia ter superado sua fase assistencialista e ao apontar Gleici como mais merecedora do prêmio pela pobreza em que vivia antes do programa é gerar um desequilíbrio nos parametros do jogo que não pode ser reparado. 

Leia também: Sônia Abrão critica Tiago Leifert no "BBB 18": "interfere demais no jogo"

A justificativa de que Gleici fez um jogo limpo tampouco se sustenta. O jogo limpo de Gleici consistiu no antijogo. A acreana não jogou e evitou se comprometer ao máximo. Outros participantes tiveram rejeição recorde por muito menos nesta mesma edição. Ela só buscou algum antagonismo com Patrícia porque tinha segurança de que ela seria eliminada após ter visto VTs que nenhum outro jogador, por razões óbvias, dispôs de acesso.

    Leia tudo sobre: BBB