Após ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de secretário nacional da Cultura, Roberto Alvim pediu perdão à comunidade judaica por ter copiado um discurso do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, em um vídeo. Em seu perfil no Facebook, Alvim disse que não sabia a origem do texto que replicou no discurso de lançamento do Prêmio Nacional das Artes.

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Roberto Alvim citou o discurso de líder nazista em um vídeo
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Roberto Alvim citou o discurso de líder nazista em um vídeo


"Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito. Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista", declarou Roberto Alvim.  "Meu posicionamento cristão jamais teria qualquer relação com assassinos... Peço perdão à comunidade judaica, pela qual tenho profundo respeito. Do fundo do coração: perdão pelo meu erro involuntário", escreveu o ex-secretário.

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Pouco antes de ter sido exonerado do cargo, Roberto já havia usado as redes sociais para comentar a repercussão do polêmico discurso . Em sua primeira mensagem, o ex-secretário culpou a esquerda por conta das comparações, depois reconheceu a semelhança dos dois discursos. "A frase em si é perfeita", apontou.

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"Não há nada de errado com a frase. Tudo foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Joseph Goebbles ... Não o citei e JAMAIS o faria. Foi, como eu disse, uma coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional", declarou Roberto Alvim.

Leia o texto na íntegra: 

Caros:

ontem lançamos o maior projeto cultural do governo federal.

Mas no meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista.

Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela.

O discurso foi escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores.

Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito.

Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista.

Meu posicionamento cristão jamais teria qualquer relação com assassinos...

Peço perdão à comunidade judaica, pela qual tenho profundo respeito.

Do fundo do coração: perdão pelo meu erro involuntário.

Mas, tendo em vista o imenso mal-estar causado por esse lamentável episódio, coloquei imediatamente meu cargo a disposição do Presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de protegê-lo .

Dei minha vida por esse projeto de governo, e prossigo leal ao Presidente, e disposto a ajudá-lo no futuro na dignificação da Arte e da Cultura brasileiras.

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