Cena do filme ‘Lightyear’
Divulgação/Disney/Pixar - 15.06.2022
Cena do filme ‘Lightyear’


Em junho de 1996, Angus MacLane, de 47 anos, recebeu uma carta da Pixar agradecendo pelo material que ele havia encaminhado ao estúdio, mas negando-lhe uma oportunidade de emprego. “Infelizmente, no momento, não temos nenhuma vaga disponível que se enquadre em suas habilidades”, destacava a carta.

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Um ano depois, no entanto, acabou sendo contratado pela empresa para trabalhar como animador. Ajudou a desenhar alguns dos filmes mais famosos da empresa, como “Vida de inseto” (1998), “Monstros S.A.” (2001), “Os incríveis” (2004), “Ratatouille” (2007) e “Toy story 3” (2010). Em 2016, ganhou a oportunidade de codirigir o longa “Procurando Dory”, ao lado de Andrew Stanton. Agora, 26 anos após a recusa inicial, lança seu primeiro longa como diretor solo: “Lightyear”, que estreou na semana passada em 1.400 salas do país e já conta 580 mil espectadores por aqui.


— É uma combinação de tudo o que aprendi e das relações que criei nesses 25 anos de Pixar. Como fã de ficção científica, pensamos em fazer um filme divertido usando o Buzz Lightyear e toda essa mitologia que nunca havíamos explorado — esclarece ele.

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O primeiro desafio era explicar para o público qual Buzz Lightyear era esse, pois a premissa de “Toy Story” era justamente de que Buzz não era um astronauta de verdade, mas um brinquedo. E a nova produção aborda isso já na cartela de abertura, informando que Buzz era um brinquedo inspirado no filme favorito de Andy, e que “Lightyear” é exatamente este filme.

— No início, muita gente pensou que o filme era sobre o brinquedo, e tem sido difícil fazer as pessoas entenderem. Mas acho que, assistindo ao filme, o público vai pegar o contexto. Queríamos um Buzz que fosse uma espécie de herói de ação, que fosse divertido, mas menos pateta. Tivemos que reinventar esse personagem, então precisávamos de uma nova voz. Queríamos nos separar do mundo de “Toy story” — conta MacLane.

Banido

Na franquia “Toy story”, Buzz foi dublado pelo ator Tim Allen, agora substituído por Chris Evans, o Capitão América da Marvel. A troca rendeu polêmica entre os fãs da Pixar.

— Eu entenderia a reclamação se estivéssemos fazendo “Toy story 5”, mas essa é a versão cinematográfica daquele personagem. É uma coisa diferente, até o tom do personagem é outro.

“Lightyear” chega aos cinemas brasileiros após ter sido banido em 14 países do Oriente Médio e da Ásia por mostrar um beijo lésbico. O filme apresenta uma família LGBTQIA+ envolvendo uma personagem importante na trama, Alisha, parceira de missão espacial de Buzz. No Peru, uma rede de cinema causou polêmica ao colocar um alerta sobre a presença de “ideologia de gênero” na produção. Após protestos, o aviso foi retirado.

— É importante representar o máximo possível do mundo ao nosso redor. É uma forma de as pessoas experimentarem um filme é poder se identificar com um personagem — destaca a produtora Galyn Susman. — Tentamos ser o mais aberto possível para dar às pessoas essa oportunidade de acessar esse tipo de conteúdo.

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