Os filmes de super-heróis da Marvel são um verdadeiro sucesso de público e soma fãs ao redor do mundo, mas o lançamento de “Pantera Negra”, em 2018, mostrou que essas produções podem, além de entreter, chamar atenção para temas relevantes como a falta de representatividade no cinema. Com um elenco de atores negros e referências africanas, o longa foi o único da Marvel a concorrer ao Oscar de “Melhor Filme” e saiu como  vencedor no SAG Awards na categoria “Melhor Elenco”.

Chadwick Boseman como Pantera Negra
Reprodução/Instagram
Chadwick Boseman como Pantera Negra


Chadwick Boseman viveu o protagonista T'Challa, príncipe de Wakanda, que ao conhecer a Viúva Negra, interpretada por Scarlett Johansson, em “Capitão América: Guerra Civil”, disse o seguinte: “Suponho que nenhum de nós está acostumado com os holofotes”. Bom, o Pantera Negra precisou se acostumar rápido com a visibilidade já que o filme quebrou recordes de bilheteria dentro do universo Marvel ao faturar mais de 1,3 bilhão de dólares.

Na época do lançamento, o cartaz do filme, que mostrava que todos os protagonistas eram interpretados por atores negros, foi muito celebrado nas redes sociais e fotos de pessoas negras admirando o pôster do longa viralizam nas redes sociais com legendas semelhantes a esta: “É assim que as pessoas brancas se sentem o tempo todo?”.

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Cartaz do filme
Divulgação
Cartaz do filme "Pantera Negra"

Além da representatividade no elenco e de trazer para o time dos Vingadores um herói negro, o filme também não deixa de lado referências culturais e políticas. Seja nos trajes ou nos rituais do povo de Wakanda, o longa de Ryan Coogler deixa clara as referências africanas, valorizando a rica cultura de um continente que muitas vezes é subestimado.

A questão dos negros na atualidade também é abordada no longa, como uma cena que foi gravada em Oakland, região dos Estados Unidos em que o movimento do Partido dos Panteras Negras ganhou força ao reagir a violência policial enfrentada pela população negra no país. Este ano, a mesma questão voltou a gerar protestos com morte de George Floyd e o movimento “Black Lives Matter” teve visibilidade e repercussão no mundo todo.

Antes do cinema, o rei de Wakanda fez história nos HQs. Criado por Stan Lee e Jack Kirby, Black Panther, o Pantera Negra foi o primeiro super-herói negro dos quadrinhos convencionais, fazendo sua estreia no Fantastic Four No. 52 da Marvel, em 1966, e continuou a aparecer nos “Vingadores”.

morte do Chadwick Boseman, que foi vítima de câncer de cólon, trouxe de volta a importância e relevância que tem o personagem tem na atualidade e o impacto do filme da Marvel, que ainda conta com Michael B. Jordan e Lupita Nyong'o no elenco.

“Ele [Chadwick] se tornou o rosto de um mundo ideal. O rosto do sonho por uma Wakanda. Obrigado por ser nosso Pantera negra. Obrigado por nos ajudar a sonhar mais um pouco e por sermos um pouco mais orgulhosos de quem somos. Obrigado, continuaremos por aqui a gritar ‘Wakanda forever’ e seu rosto estará junto e continuarei aqui querendo ser o T'challa”, escreveu o ator Lázaro Ramos no Instagram representando o sentimento de muitas pessoas negras que se sentiram representadas com o filme.

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