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Foto: Eduarda Esteves
O intérprete do "Carniça" salientou ainda que a expressões diversas fortalecem o trabalho e enriquecem as tramas

Se em outra época a teledramaturgia brasileira presava por um sotaque único no país, sem representar as complexidades das cinco regiões, atualmente há um novo entendimento sobre as diversas formas de falar. É o que pensa o ator Pedro Wagner, 36, presente no elendo da nova série da Netflix, " Irmandade ".

Pedro vive em São Paulo atualmente, mas é natural de Garanhuns, cidade de Pernambuco. Ele interpreta o personagem " Carniça ", que ao lado de Edson (Seu Jorge) lidera a facção criminosa que dá título ao seriado.

Ambientado na cidade de São Paulo dos anos 1990, o thriller conta a história de Cristina, uma advogada honesta e dedicada que descobre que seu irmão Edson está preso e lidera um grupo criminoso.

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Elenco reunido no lançamento da produção brasileira com estreia marcada para o próximo dia 25
Helena Yoshioka / Divulgação
Elenco reunido no lançamento da produção brasileira com estreia marcada para o próximo dia 25


No lançamento oficial da trama, nesta quarta-feira (9), em São Paulo, Pedro Wagner falou um pouco sobre a concepção do "Carniça", um preso que fugiu do sistema carcerário e se apega na desconfiança para gerir o seu negócio.

A produção estreia no próximo dia 25 de outubro e quem assistir, certamente perceberá o sotaque marcante do Pedro Wagner. Ele conta que a princípio o "Carniça" seria um presidiário natural de São Paulo, mas aos poucos, toda a equipe sentiu a necessidade de dar representatividade ao diverso.

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Em conversa com a reportagem do iG, Pedro destacou como foi a readaptação. "A gente foi entendendo que o país tem outras dimensões, outros sotaques, mas não foi algo pensado, foi acontecendo na medida que eu ia trazendo coisas na preparação e se concretizou quando fomos gravar no presídio, onde resolvemos assumir isso, de que ele era um personagem nordestino. O Carniça ampliava a sensação de país, ainda mais são Paulo sendo feito de tantos lugares diferentes", afirmou.

O ator também parabeniza a equipe de direção pela liberdade que o elenco teve em adaptar o roteiro para que ele se tornasse ainda mais verdadeiro e vivo. "Isso me deu uma sensação muito boa para trabalhar e poder trazer um vocabulário prórpio, expressões que são de lá da minha terra que cresci ouvindo e nunca pensei que eu pudesse alocar em um personagem. Acho que foi um ganho para o personagem, sem dúvida", contou Wagner.

No audiovisual, Pedro atuou entre outros nos longas “Reza a lenda” (2015), “O Roubo da Taça” (2016), TOC (2016), Tungstênio (2018) e na minissérie “Justiça” (Globo, 2016), na supersérie "Onde nascem os fortes (2017) e "Sob Pressão" (2017).

Confira o trailer de "Irmandade"

Com mais de dez anos de carreira, o pernambucano acredita que a linguagem audiovisual já passa por um momento em que tenta misturar cada vez mais os sotaques. Para ele, hoje há o entendimento de que o Brasil não é só o eixo Rio-São Paulo. "Recife, por exemplo, tem uma linguagem do cinema muito forte no país e fora dele também. Temos exemplos como Kleber Mendonça, Gabriel Mascaro e o Marcelo Gomes", apontou.

Na visão de Pedro, a falta de representatividade dos nordestinos, principalmente, não é mais aceitável. "Deu uma cansada e saturada e as pessoas começaram a perceber que o Brasil tem dimensões continentais. Apesar da gente falar a mesma língua, a sonoridade é diferente e as variáveis são muito grandes", detalhou o ator.

O intérprete do "Carniça" salientou ainda que a expressões diversas fortalecem o trabalho e enriquecem as tramas. "Acho que demorou para entenderem isso porque normalmente quando aparecia o nordestino era sempre como o folclórico. Mas fico feliz de observar essa mudança, da gente se entender enquanto identidade de país e não de uma região". pontuou.

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