A sétima edição do Lollapalooza acabou, mas deixou boas lembranças para o público que invadiu o Autódromo de Interlagos nos últimos três dias. Com mais de 70 bandas espalhadas em quatro palcos diferentes, o evento trouxe mudanças significativas na sua estrutura se consolidando cada vez mais como um festival internacional no Brasil e recebendo gente do País e do mundo inteiro.

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Heloisa Cavalcanti/iG SP

O casal Taiane Oliveira e Vitor Mesquita no Lollapalooza 2018

O casal Taiane Oliviera, admnistradora, e Vitor Mesquita, engenheiro, vieram para o festival com um grande intuito: assistir ao show da sua banda favorita, Red Hot Chili Peppers . Para ela, é o seu primeiro Lollapalooza , já ele é um veterano das antigas. Mesquita veio na primeira edição do festival, diretamente de Recife, de onde é o casal, e revelou que a aposta no Autódromo de Interlagos foi uma escolha certeira. "Muito maior, tem mais opções de shows, um show não atrapalha o outro, então dá para ter show simultâneo. Acho que deveria ter um pouquinho mais de ambulantes com a cerveja", comenta aos risos.

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A bebida, por sua vez, já é parte da experiência do Lollapalooza Brasil . Enquanto aguardavam na fila para garantir seu copo de cerveja, a engenheira Ana Maria e o designer Saulo Vale comentavam sobre como o festival estava lotado. “O primeiro dia estava mais tranquilo, hoje estamos enfrentando um pouquinho mais de tumulto, mas nada absurdo, faz parte do evento. Tem que estar disposto”, comenta Ana. Os cariocas já são veteranos de festivais de música, tendo ido em 2015 na edição do Rock in Rio. Entretanto, esta é a primeira vez dos dois no Lollapalooza. “A programação do Lolla é mais intensa, é bem diferente”, comenta Saulo.

A engenheira Ana Maria e o designer Saulo Vale elegem o show do Pearl Jam como o melhor da edição 2018 do Lollapalooza
Heloisa Cavalcanti/iG SP
A engenheira Ana Maria e o designer Saulo Vale elegem o show do Pearl Jam como o melhor da edição 2018 do Lollapalooza

Para eles, o melhor show foi o do Pearl Jam , mas as bandas brasileiras chamaram atenção na programação. “A gente assistiu o Rincon Sapiência e Ego Kill Talent, que não estávamos esperando que fosse uma banda nacional e foi bem legal. Sem dúvida é muito bom ter grupos brasileiros, vale super a pena”, comenta Ana, que também acabou se surpreendendo com os shows de Milky Chance e The Neighborhood durante a tarde de domingo (25).

The Neighborhood : aprovado por quem não conhecia
Flickr/Lollapalooza
The Neighborhood : aprovado por quem não conhecia

Um pequeno desastre

O show do Imagine Dragons no último sábado arrastou um grande público para o palco Onix. Entretanto, não foram todos que conseguiram aproveitar a passagem da banda mais uma vez pelo Brasil. A turismóloga Ellen Medeiros, que vem ao Lollapalooza pela segunda vez, não conseguia ouvir o som do show e acabou desistindo de acompanhar a banda. “E se você ficasse um pouquinho mais afastado você não conseguia ouvir, aí eu desisti de ver”, comenta. Sua reclamação, entretanto, não é a única. Ana Maria contou que, para conseguir acompanhar as músicas, foi até o Chef’s Stage, onde havia transmissão ao vivo do show.

No mesmo dia, o palco Onix sofreu problemas com o som mais cedo. Enquanto Liniker e os Caramelows faziam a apresentação do hit  Zero , o som foi cortado e a banda teve que deixar o palco mais cedo. O público ovacionou a cantora e entoou gritos contra a organização do Lollapalooza. Entretanto, o som voltou no show seguinte,às 15h, de Kaleo.

O Lolla começa tarde

Ainda que o Lollapalooza oficialmente abra as suas portas para o público às 11h da manhã, os fãs preferem chegar ao evento um pouco mais tarde. Henrique Olivera, 19, contou que, apesar de ser super fã da banda Vanguart, não conseguiu chegar para assistir o show. “A gente acabou se programando e não deu tempo por conta do metrô. Se eu tivesse conseguido a gente estaria ali na grade. Eu queria muito ter visto aquela banda de perto”, lamenta.

O público curte o Lollapalooza 2018
Flickr/Lollapalooza
O público curte o Lollapalooza 2018

Entretanto, a ida ao festival valeu a pena, já que Henrique foi um dos fãs de Imagine Dragons que conseguiu acompanhar a banda durante sua apresentação no festival. “Foi maravilhoso”, conta. Para ele, que vem pela primeira vez ao Lollapalooza, a infraestrutura está maravilhosa. “Tinha até papel higiênico no banheiro”, brinca.

O eletrônico tem vez

Nos últimos anos de Lollapalooza, o palco Perry, conhecido por trazer Djs nacionais e internacionais para perto do público ganhou uma infraestrutura muito maior. Ocupando o espaço do antigo palco principal – que fica logo na entrada do festival – os fãs de música eletrônica puderam curtir com mais espaço seus ídolos, enquanto aqueles que estavam no palco Budweiser conseguiam aproveitar os shows sem a interferência dos Djs, como acontecia em anos anteriores.

O Red Hot agita o público em São Paulo
Flickr/Lollapalooza
O Red Hot agita o público em São Paulo

A publicitária Thais Tomazoni veio de Porto Alegre para seu segundo Lollapalooza e foi uma das fãs que curtiu tanto o show dos Djs brasileiros Cat Dealers, quanto do headliner da sexta-feira (23) Red Hot Chili Peppers. “No show do Red Hot não senti nenhuma interferência e fiquei bem pertinho do palco”, conta. Entretanto, a jovem tem apenas uma reclamação: “Acho que as melhores bandas ficaram muito distante de um palco para o outro”, comenta preocupada com a transição do show de Lana Del Rey e The Killers no domingo (25).

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Pode repetir

O Lollapalooza 2018 mostrou que, para algumas bandas não há tempo ruim na edição brasileira. O Pearl Jam, por exemplo, veio pela segunda vez como headliner do festival e conseguiu arrastar um público gigante para o show, inclusive com um público já veterano em relação aos seus concertos. Para Vitor Mesquita, se o Red Hot Chili Peppers voltar no ano que vem, ele estará de novo no festival. Já Thais Tomazoni compartilha do sentimento, mas com a banda The Killers, que é uma das suas favoritas. Ellen Medeiros, por sua vez, não hesita em afirmar o seu amor ao festival. "Volto com certeza. E se tiver The Killers eu compro os três dias só para ter certeza que eu vou ver a banda”, afirma.

Público curte o Lollapalooza 2018
Flickr/Divulgação
Público curte o Lollapalooza 2018

Os cariocas Ana Maria e Saulo Vale, entretanto preferem não criar expectativas sobre os próximos anos. “Eu gosto das surpresas que vocês fazem. A gente não acompanha mais música da mesma maneira”, comenta Saulo. “Mas estamos aberto para descobrir coisa diferente”, completa Ana. Bruno Henrique, por sua vez, afirma que já está guardando dinheiro para a próxima edição e faz um pedido: “Alicia Cara e Troye Sivan. Por favor, façam isso por mim”, clama o jovem.

Independentemente do que o Lollapalooza prepara para 2019, uma coisa é certa: o público brasileiro já colocou o evento na agenda e o festival tornou-se uma das grandes celebrações da música no País.

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