Cheia de determinação e personalidade, Carolina Stofella que atualmente pode ser vista na comédia “A Banheira”, mostra todo o seu trabalho e engajamento diante dos palcos pelo Brasil. Com um currículo com treze peças, a catarinense inova e atua em seu primeiro trabalho cômico, no qual dá vida à Karla , uma mulher sem muitas expectativas e com uma vida bem monótona até ser trancada em um banheiro com uma trans e se encontrar no meio de uma confusão, mostrando que desafios e novidades não são problemas para ela.

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Carolina Stofella em
Reprodução/Instagram
Carolina Stofella em "A Banheira"


Apesar de ter uma grande presença no drama, Carolina Stofella é o tipo de atriz que se entrega ao trabalho para conseguir os resultados almejados e isso fica nítido em “ A Banheira ”. Em entrevista exclusiva com o IG Gente a artista conta sobre sua carreira e explica como foi essa transição de um gênero dramático para o cômico. “Comedia é diferente, tem que entender o tempo da piada... apesar de eu não ser comediante. O mais difícil na comédia é que exige um tempo, esse tempo foi a maior dificuldade. Eu tão fiquei feliz com a peça, eu não sei brincar com o texto, mas faço com a verdade, faço as loucuras que a personagem tem que fazer”.

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A peça que possui mais de uma hora de espetáculo é tão engajadora que consegue prender totalmente a atenção do público. “É uma peça muito ágil, bem construída e bem amarrada, tem um excelente autor, um texto que não dá descanso ao público e deixa as pessoas curiosas sobre o que vai acontecer. Eu já tinha assistido antes de me chamarem para o elenco, a história te deixa presa, o texto é muito incrível!”, afirma.

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Carolina Stofella em "A Banheira"

Carolina que geralmente busca textos que tenham um questionamento, conta que está feliz em participar de uma montagem que envolve reflexões e respeito. “Eu fico muito feliz em fazer o público pensar sobre alguma coisa e levar reflexões. É uma peça que levanta a bandeira de respeito ao outro, colocado de uma maneira leve, onde é possível falar de um assunto tão sério de uma forma leve”.

A banheira ” que é um espetáculo dinâmico e surpreendente, causa curiosidade do público pelo fato de ter uma personagem trans na peça. No entanto, Carolina afirma que o que mais chama a atenção é a confusão da história. “Eu acho que a curiosidade vem mais pela confusão do que pela personagem... O público acaba torcendo pela Melissa e cria uma conexão”.

A atriz ainda conta detalhes sobre sua personagem Karla , que para ela é de grande importância por não ter um julgamento predeterminado. “A minha personagem não julga, ela encontra a trans no banheiro e não julga. Sou a amiga da esposa e ela faz amizade com a trans, quer saber mais sobre ela, isso é muito bom. Além te ter essa questão de respeito ela se deixa levar.”

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Trabalhos marcantes

Um dos trabalhos marcantes que se destaca na carreira de Stofella é a peça “ Alices ”, que mostrou no palco relatos de duas mulheres que sofreram violências em seus relacionamentos. Uma obra forte que teve uma entrega emocional muito grande. “É uma peça que eu tenho um amor gigante desde o processo que foi muito intenso. O Léo (diretor) é uma pessoa muito especial e incrível de se trabalhar, o processo de criação foi bem intenso, 5 horas por dia, com um trabalho corporal bem forte. Quando eu peguei o texto a personagem estava pronta, foram dois meses e meio de preparação, bem intenso e muito forte."

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Carolina Stofella em "Alices"

Carol que ainda participou de “ A Antessala ”, que estreou no Rio de Janeiro em 2015, ao lado de grandes artistas, conta que o espetáculo teve lotação esgotada durante dois meses e agora está em fase de captação para estrear em São Paulo. “A peça está em fase de captação de patrocínio, estou bem animada porque no Rio foi um sucesso. Talvez no segundo semestre desse ano ela esteja em São Paulo”.

Carolina não esconde seu amor por todos os personagens que já viveu, no entanto, a atriz declara que três marcaram sua carreira. “Uma das personagens mais marcante que fiz foi Gá, a minha primeira personagem, que era autista em “Homens de Papel”. Tenho uma paixão por todas, é tão difícil escolher... cada uma é especial por algum motivo. Mas, tem a Alice de “ Alices ”, que foi muito marcante pelo meu crescimento como atriz e pela emoção que o espetáculo me levava. E tem a Elen também, de “ Enquanto as Crianças Dormem ”, que foi uma personagem cheia de camadas, a cada cena ela era uma pessoa. Foi muito legal passar por tudo isso”.

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Cinema e TV

A atriz que participou do elenco do longa-metragem “Histórias Íntimas”, conta que a experiência foi incrível. “O cinema tem outro tempo, de ensaio e de preparação. Me preparei antes com o diretor, estudei as cenas e quando fui gravar já estava bem preenchida. Foi um longa muito legal, que só participou de festival, fiquei muito feliz de fazer”.

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Divulgação

Carolina Stofella conta com 13 peças em sua carreira

Diante disso, Carol não nega que tenha vontade de explorar mais o cinema. “Tenho muita vontade de fazer cinema, fiz um curta recentemente também... foi bem bacana. Quero o que vier, gosto de fazer, estudar e atuar, não penso muito no gênero, a personagem é o que me interessa mais." Já sobre televisão, a atriz declara que seria uma grande oportunidade, ainda mais em séries. “A TV tem coisas muito legais, eu gosto muito de séries. Eu iria amar fazer e as séries nacionais tem um tempo incrível”, revela.

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Arte e Política

É claro que uma atriz tão ativa no mundo do teatro não poderia deixar de expressar questões sobre arte e política. Diante do momento atribulado e de extrema polarização que o Brasil vive, Carol conta que o mais triste é ver o povo se dividindo. “A gente está em um momento bem triste, em que acaba acontecendo uma divisão e, na verdade, esse seria um momento para a gente se unir e não se dividir. Cada um torce pro seu político e no fim a gente sabe que todos são iguais. A gente devia se unir pra fazer um País melhor”.

Com um papel tão importante na sociedade, de levar cultura ao público, Carolina Stofella finaliza mostrando o mérito que a arte tem. “A arte tem esse dever que acaba sendo político, que é saber refletir e, a arte pode ajudar mostrando isso ao público. Acho muito importante que o público saia de um teatro falando sobre o determinado assunto. A arte não só no momento atual, mas em todo momento, ela tem que ter o dever de questionar e fazer o público refletir”.

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