Ninguém pode acusar Justin Timberlake de não ser corajoso. O astro pop corre riscos desnecessários em “Man of the Woods” , seu quinto álbum de estúdio lançado na última sexta-feira (2). O disco mescla funk com country e mira em um R&B com arranjos modernizados. O resultado é bastante irregular e contribui para um trabalho cuja decepção é diretamente proporcional à ambição.

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Justin Timberlake durante o show no intervalo do Super Bowl 52
Reprodução/NBC
Justin Timberlake durante o show no intervalo do Super Bowl 52

A primeira faixa – e primeiro single – de “Man of The Woods” é Filthy . Produzida por Timbalad , a música parece concebida para ser o segundo tomo de Sexy Back , faixa que selou a bem-sucedida parceria entre Justin Timberlake e o megaprodutor. Embora pareça talhada para virar hit nas pistas e baladas, falta a Filfhy a irreverência e a sensualidade que sobravam na música de 2006.

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Ainda que tenha decidido se expressar por meio do country, gênero soberano da música americana e do Estado em que nasceu, o Tennesse, as composições soam pedestres e pouco eloquentes para um disco de um astro pop. O hiato de cinco anos entre “Man of the Woods” e “The 20/20 Experience” também incrementa a decepção. O novo disco surge carente de singles efetivos, enquanto que o disco anterior sobejava neste departamento.

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Divulgação
Capa do álbum "Man of the Woods"

O problema parece não residir no experimentalismo, já que este também pautou o último disco de JT, mas essencialmente nos resultados obtidos. Quando aposta no R&B e no funk, costura sonora que já é sua praia, o astro soa repetitivo e pouco inspirado, como nas faixas Wave , Young Man e Sauce . Quando aposta no folk soa insosso, com a honrosa exceção de Higher Higher , uma faixa realmente carismática e contagiante.

Até mesmo o dueto com Alicia Keys, Morning Light , que se configura como um dos pontos altos do disco, parece material descartado de álbuns mais bem elaborados do passado. Já Say Something , parceria com Chris Stapleton e 3º single lançado apressadamente pelo cantor, sintetiza realmente o que JT queria alcançar com “Man of the Woods”. Clareza, luminosidade e uma sonoridade segura e inventiva.

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Justin Timberlake queria se mostrar um artista mais maduro, inteiro e consciente de si e de sua arte. É verdade que a evolução de artistas como seu xará de sobrenome Bieber e Bruno Mars, o forçaram a sair de sua zona de conforto.  Contudo, se “Man of The Woods” não é um fracasso absoluto, é uma tentativa frustrada de alguém que sabe aonde quer chegar, mas ainda não sabe exatamente como chegar lá.  

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