No futuro, todos os filmes usarão efeitos visuais? Jazmin Kuan Veng , uma das criadoras do VFX RIO, acha que sim. O evento que Jazmin ajudou a criar faz parte de uma iniciativa para fomentar o mercado audiovisual brasileiro. "Algumas pessoas não sabem, mas foram brasileiros os responsáveis por criar os softwares que a Dreamworks usa hoje", comenta ela, citando Lucia Modesto, uma das pioneiras em efeitos visuais no Brasil. Jazmin foi uma das participantes do painel sobre efeitos promovido pela CCXP 2017 .

 Painel da CCXP discutiu a inclusão do Brasil entre os principais mercados de efeitos visuais
Gabriela Mendonça
Painel da CCXP discutiu a inclusão do Brasil entre os principais mercados de efeitos visuais

De acordo com Jazmin, o Brasil tem sim condição de ser competitivo mundialmente nessa área, e o maior exemplo disso vem do Gollum. Esse mesmo, o personagem de "Senhos dos Anéis" . Foi Peter Jackson quem ajudou, anos atrás, a fomentar esse mesmo mercado em outro país, a Nova Zelândia. Dan Lemmon, indicado ao Oscar de efeitos visuais e colaborador de Jackson na saga "Senhor dos Anéis", corroborou essa ideia. Ele, que ganhou o Oscar em 2017 por "Mogli: o Menino Lobo", contou que foi a Nova Zelândia para aprender com Jackson, com a ideia de passar apenas 18 meses. Dezesseis anos depois, ele já trabalhou em diversas produções, incluindo a saga dos "Planetas dos Macacos", todas do pequeno país da Oceania.

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Gabriela Mendonça
Painel sobre efeitos visuais com presença de Ministro da Cultura

No Brasil, a ideia é que esse mercado aumente, e o Ministro da Cultura brasileiro, Sérgio Sá Leitão, acredita que o governo pode colaborar. A ideia é criar uma indústria do audiovisual e impulsionar a vinda de estúdios para o País, não só para gravar filmes, mas para utilizar o trabalho de pós e efeitos visuais criados aqui. "Temos uma vocação para isso e temos talento", acredita Leitão.

Na prática

Talvez não seja uma verdade universal que todos os filmes terão efeitos visuais no futuro, mas utilizá-los é agregar mais um recurso a um longa. "Você precisa usar as ferramentas que forem necessárias para contar sua história", acredita o diretor Vicente Amorim. Na CCXP para divulgar seu novo filme, "Motorrad" , ele acredita que efeitos especiais podem ajudar sim, se usados em equilíbrio. "Não tem que evitar efeito eletrônico, mas não tem por que só usar efeito eletrônico", completa. Para ele, o equilíbrio faz com que qualquer produção nacional se equipare a uma hollywoodiana. Mas, enquanto essa "indústria" não se concretiza, a guerrilha segue sendo o melhor efeito visual dos filmes nacionais.

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