Na última quarta-feira (28), o Museu de Imagem e Som na capital paulista inaugurou a exposição “Não podemos construir o que não podemos imaginar primeiro”. Com vídeos, fotografias e instalações sonoras, os trabalhos propõem pensar “futuros possíveis ou outros mundos que escapassem da opressão que temos aqui”, como explica Thiago de Paula Souza, um dos curadores.

A exposição fica em cartaz até o dia 14 de janeiro de 2018 no Museu de Imagem e Som
Reprodução
A exposição fica em cartaz até o dia 14 de janeiro de 2018 no Museu de Imagem e Som

Leia também: Dez artistas empoderados que estão trazendo a diversidade para a música

A ideia para o projeto surgiu durante pesquisas em parceria com a também curadora Jota Mombaça que afirma ter questionado como o mundo atual “deu errado”. A ficção científica, portanto, foi uma das grandes inspirações para a dupla realizar a exposição , com destaque para a escrita de autores negros, como a da norte-americana Octavia Butler. “Quando a gente pensa em ficção científica pouco se sabe da produção de escritores e intelectuais negros e como eles estavam ligados à construção de outras narrativas”, destaca Mombaça.

Leia também: Afinal, o embranquecimento do rap é algo real?

Você viu?

Com os trabalhos, a proposta é pensar novos mundos a partir do desencanto com o atual, apontando novas possibilidades de existência. “É quase um exercício meditativo de pensar e trabalhar outras maneiras de organizar o mundo. Quais seriam as possibilidades e ferramentas. Se a gente consegue pensar em outras realidades que escapem um pouco dessas operações de poder que nós já estamos viciados”, revela Souza.

Fim deste mundo

Apesar de propor novos mundo, a exposição não é uma fuga da realidade, como ressalta o curador. As reflexões sobre outras realidades possíveis levam em consideração os processos de destruição de várias sociedades que levaram a que temos atualmente. “Muitos mundos se acabaram para a gente viver o mundo que a gente vive hoje. Quando os colonizadores europeus invadem as terras das Américas, o mundo de diversos grupos indígenas nativos acabou. A forma como eles concebiam o universo, a cosmologia deles foi tudo destruído”, compara.

Leia também: "A Mulher no Cinema" debate espaço e representatividade da mulher na sétima arte

Segundo ele, a proposta não é pensar um apocalipse e sim construir uma coisa que ainda não é palpável. “É claro que é como uma utopia, um delírio”, comenta. Entre as obras há uma foto-manifesto de Rosa Luz além da performance de Rafael RG intitulada “Entrada de Serviço”, em que o artista trabalha os códigos da racialidade brasileira. Para o curador, é uma forma de “questionar essa suposta cordialidade brasileira”. A exposição no Museu de Imagem e Som fica até o dia 14 de janeiro de 2018. 

*Com informações da Agência Brasil

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!