Existe uma camada do cinema que se pretende reverente a grandes nomes da arte que entende fazê-lo por problematizar a relação da figura em questão com o mundo a sua volta. É este o caso de “Rodin”, coprodução entre França e Bélgica assinada por Jacques Doillion (“Batalhas de Amor”) sobre a vida e obra de Auguste Rodin, um dos artistas mais influentes do século XX.

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Divulgação
"Rodin", sobre a história do escultor francês, estreia essa semana

E “ Rodin ” flagra seu biografado justamente em um momento que, em sua concepção, é decisivo para seu legado. É justamente quando ele recebe sua primeira encomenda do Estado francês, “A Porta do Inferno”.

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O filme de Doillion, no entanto, pouco se ocupa dessa questão. São as circunstâncias interiores do escultor, interpretado por Vincent Lindon, e como elas interferem em seu exterior que importam. Sob muitos aspectos, esta é uma biografia convencional sobre geniais mentes atribuladas, mas conta com um diferencial: Vincent Lindon. O ator de obras acachapantes como “O Valor de um Homem” e “Bastardos” é uma presença magnética e confere oxigênio e empatia ao bruto e egocêntrico biografado.

A relação com as mulheres, há a esposa ressentida, a assistente que ele aos poucos enxerga como rival, a amante, as musas, é outro ponto interessante do filme, mas é outro ponto que parece não  avançar além do lugar comum. Doillion não sabe exatamente se se limita à recriação de fatos conhecidos ou se incorre pela imaginação. A hesitação da realização sobrecarrega Lindon que precisa sozinho expor e refletir “Rodin”.

A produção integrou a competição oficial do último Festival de Cannes e estreia neste fim de semana em algumas cidades do País. Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba e Salvador entre elas.

O filme é uma digna homenagem ao artista, ainda hoje reverberante, e se ajusta à memória dos 100 anos da morte de Rodin – morto em novembro de 1917.

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