Pode parecer incrível ou coisa de fã hardcore, mas “Game of Thrones” fica melhor a cada novo episódio. “The Spoils of War”, quarto episódio do sétimo ano da série, talvez seja a tradução perfeita do grande fenômeno cultural que o programa da HBO se tornou. Além de dimensionar a incrível capacidade da série de subverter tanto nossas expectativas, como a dos personagens no centro da ação.

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Aproximação entre Jon e Daenerys e dragão em ação dão novo ritmo a “Game of Thrones”
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Aproximação entre Jon e Daenerys e dragão em ação dão novo ritmo a “Game of Thrones”


Pegue, por exemplo, Jon Snow (Kit Harrington). Na quarta temporada, ele indagou Mance (Ciarán Hands), então rei dos selvagens e para ser executado por Stannis Baratheon, se a segurança de seu povo não era mais importante do que seu orgulho. Agora “Game of Thrones” o submete à mesma questão verbalizada por Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), a quem ele recorreu em busca de ajuda contra os Night Walkers. Por falar em Dany, como os fãs costumam se referir a ela, o episódio demonstrou, mais uma vez, que a mãe dos dragões está por um fio. Seus impulsos truculentos e homicidas estão à beira da incontinência e Tyrion (Peter Dinklage) não parece mais capaz de exercer a influência de outrora.

Esse quadro alimenta uma das mais antigas (e contestadas) teorias dos fãs, de que Daenaerys seria a grande vilã da série. Uma espécie de “Breaking Bad” particular e mais sutil por parte de George R.R Martin, que já confessou ser fã das desventuras de Walter White e Jessie Pinkerman. Seria, ainda, um comentário tenaz e espirituoso condizente com o corpo da série, de que o poder tende a corromper. O que nos leva a tal pergunta de Dany a Jon e à música (!) de Justin Timberlake... What Goes Around, Comes Around.

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Sombra sobre os Stark

A recomposição dos Stark, notoriamente a família que mais comeu o pão que o Diabo amassou na série, ainda que resista enquanto outras já padeceram, continua e segue surpreendentemente anticlimática. Arya (Maisie Williams) retorna a Winterfell e, embora a cena com Sansa (Sophie Turner) seja maravilhosa, toda a animosidade do passado entre elas parece resistir, ainda que reconfigurada. Bran (Isaac Hempstead-Wright) volta a demonstrar que não é quem suas irmãs esperavam e volta a sugerir, para o público, que ele vai desequilibrar toda essa guerra dos tronos. Mais cedo ou mais tarde.

O retorno de Bronn e... a cena do ano?

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Jon e Dany se aproximam em Game of Thrones

Sumido há algum tempo, Bronn (Jerome Flynn) voltou e percebemos o como sentimos falta de sua dinâmica com os Lannisters. Ele e Jamie (Nicolaj Coster Waldau), que retornavam após a vitória em High Garden, foram encurralados pelo dragão de Dany e sua barulhenta tropa de dothraki. Dany rejeitou a abordagem sugerida por Tyrion, mas não deu sequência a seu plano original de invadir King´s Landing. Optou por uma manobra tática, mas também uma demonstração de força, e impôs às tropas de Cersei uma avassaladora e reverberante derrota. O que vem daí justamente é o amadurecimento ou refutamento da referida teoria que coloca Dany como vilã. Para aguçar ainda mais esse cenário, está rolando um clima entre Jon e Dany e bem sabemos que existe um vínculo familiar aí. Sem saber do sangue Targaryen de Jon, uma união entre eles é um vínculo viável do ponto de vista político-militar. Mas e se Dany realmente se assoberbar? E se Jon for instigado a reclamar um trono em que é possível ver legitimidade no pleito?

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“Game of Thrones” se aproxima cada vez mais do fim e cada vez mais se abre para uma espiral de novas possibilidades. É uma série narrativamente tão rica que parece supérfluo falar das sensacionais cenas de batalha do episódio e do CGI espetacular e daquela cena envolvendo Bronn (ou seria Tyrion?), Jamie, Dany e Dragon. Não é! Foi uma das cenas mais impressionantes da série e mais uma demonstração de como o programa da HBO sabe engajar emocionalmente seu público em uma trama épica, mas essencialmente humana.

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