Colocar para rodar uma música da banda Muntchako é uma experiência multicultural. Do tango ao funk, passando por uns acordes mais pesados da guitarra, Cardume de Volume , um dos singles do trio, por exemplo, é uma amostra sublime de uma viagem sonora pela pluralidade da América Latina . Formada em 2014, a banda composta por Macaxeira Acioli, Rodrigo Barata e Samuel Mota tem o intuito de trazer para a pista uma música instrumental que não deixe ninguém parado.

O grupo Muntchako  é um dos que farão parte do festival Contrapedal em São paulo
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O grupo Muntchako é um dos que farão parte do festival Contrapedal em São paulo


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“É música para balançar a bundinha”, define Macaxeira Acioli em entrevista concedida ao iG . “A gente lida com musica instrumental sem preconceito. Gostamos de lidar com varias vertentes. Estamos tentando pegar caldeirões de influências e jogar para essa linguagem da pista instrumental mais dançante, desde o arrocha até o coco da Paraíba”, comenta o músico. A mistura, por sua vez, tem tudo para dar certo. Cada integrante do grupo vem com experiências de outros projetos que, juntas, tornam a miscelânea do som do Muntchako : enquanto Macaxeira fazia um tour pelo mundo com o grupo estadunidense Hypnotic Brass Ensemble, Barata fazia as noites como DJ com o projeto Sistema Criolina e Samuel Mota se aventurava com o Jah Live e GOG. A união do trio resultou na elaboração de músicas que parecem querer estender a dança na pista.

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A musicalidade do continente latino americano e das pecursões africanas, por sua vez, não ficam de fora do trabalho do grupo. Apesar do Brasil ter um histórico de distanciamento da produção cultural dos países vizinhos, Macaxeira reflete que o cenário está mudando.  “É muito louco porque o Brasil é o único país que fala português e a gente tem laços que não são tão estreitos. Eu fui para o Uruguai e a Argentina e eu vi que deveria conhecer mais a cultura deles”, comenta. “Mas a gente de fato tem voltado para a América Latina, pros Hermanos. Da pimenta, do suor, do releixo, a gente, por exemplo, voltou o nosso som para isso”, completa.

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Do Brasil pro mundo

Com apenas dois anos e meio na estrada, a banda entretanto já chamou atenção de diversos festivais e circuitos de música. Este ano, foram atração do Psicodália, um festival de música independente e de artes que acontece anualmente em Santa Catarina. “A gente tá muito feliz nessa estrada, cada vez mais de curadorias de festivais pra banda tem acontecido e a gente acha que é recorrente do som que levamos, por ser um projeto enxuto”, reflete o músico. “E certamente também é pelo ecletismo. A gente passa por várias nuances, o show tá muito desenhado, começa com batidão do funk, cai no coco da Paraíba, desce pro arrocha...”, completa.

Atualmente, a banda integra a programação do festival Contrapedal, um evento de sucesso importado dos hermanos do Uruguai para São Paulo pela primeira vez na cidade nos dias 8 e 9 de julho. “As expetativas para esse show são as melhores possíveis. Queremos trocar ideia com o pessoal que tá vindo, tomar cerveja e jogar conversa fora”, comenta o músico. No line-up também conta com outros artistas como o paraense Jaloo, o grupo mexicano Hong Kong Blood Opera e o equatoriano Mateo Kingman.

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