Depois de bater milhões de visualizações no YouTube e viralizar nas redes sociais, a capixaba Ana Muller lança seu primeiro EP e agora leva seu sucesso na internet para os palcos.

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A cantora Ana Muller lançou seu primeiro EP e embarca em turnê pelo País
Divulgação/Amanda Pietra
A cantora Ana Muller lançou seu primeiro EP e embarca em turnê pelo País

Com o EP " Ana Muller ", a cantora sai em turnê nacional e sente ao vivo o carinho que recebe dos milhares de seguidores na web. "Faltava mais de um mês pra turnê começar e os ingressos começaram a esgotar, sessões extra e tal. Eles querem essa presença e eu também quero", contou a artista em entrevista ao iG .

No primeiro trabalho, a capixaba canta sobre experiências pessoais e trata sobre a própria depressão. O processo foi fundamental em sua recuperação. "Eu só pude perceber isso quando a minha depressão foi embora e como tudo se encaixou, sabe? Eu finalmente consegui fechar todos aqueles ciclos", disse.

Leia abaixo a entrevista com a cantora:

iG: Como é fazer um trabalho que fala sobre suas próprias experiências? É mais fácil falar sobre algo que aconteceu com você ou acaba sendo mais difícil?
Ana Muller: Acho que vai além do fácil ou difícil. É, na verdade, necessário. Talvez até pra todo artista. Essas musicas foram feitas em diferentes momentos da minha vida, então o processo delas foi natural. Cada uma representa uma época diferente, como ciclos que, finalmente, se fecharam. Eu não consigo separar a dificuldade ou a facilidade de escrever algo a meu respeito, ou a respeito de alguém. Tudo no final acaba sendo eu, minha perspectiva, acaba sendo igual. Acho muito interessante como a musica tem esse poder de ter várias perspectivas. Depende de quem ouve e depende de como se sente. 

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iG: Produzir esse EP contando suas experiências pessoais te ajudou de alguma forma?
AM:  Ajudou muito. Quando nós iniciamos a pré-produção do EP, ele não era sobre esses ciclos, eram músicas que significavam pra mim, que eram boas, mas ele se tornou muito vivo com o passar do tempo. Sem querer ele se tornou o que é: a representação das várias fases que eu vivi. Eu só pude perceber isso quando a minha depressão foi embora e como tudo se encaixou, sabe? Eu finalmente consegui fechar todos aqueles ciclos. E eu estava fechando exatamente no mesmo momento que finalmente o disco sairia do estúdio e chegaria até as pessoas. E então eu entendi todo processo, todo o tempo que ele levou. Como tudo deu errado e ele não saiu antes. Eu precisava sair de mim, sair daquela perspectiva, pra entender, e o disco foi tudo isso no final. 

iG: Como é o processo de ir do YouTube para um disco tradicional?
AM: Acho que esse processo é natural. As coisas ganham espaço na internet e depois acontecem na vida real. Existe um momento de definição e eu não sei bem quando esse momento acontece, mas acho que é quando as pessoas querem te ver além da tela do computador. Elas querem ter algo que possam guardar, algo que possam presentear, algo físico, querem contato físico, querem shows, CDs, camisas. Essa coisa física só serve pra reafirmar algo que é sentido. 

iG: Sua base de fãs da internet te acompanha fora dela, como nos shows?
AM: Acompanha muito! Faltava mais de um mês pra turnê começar e os ingressos começaram a esgotar, sessões extra e tal. Eles querem essa presença e eu também quero. É nos shows que a gente realmente pode retribuir o carinho que temos entre nós. Eles me escutam quando querem, em casa, na rua, no trabalho. Eu não os sinto sempre que quero. Só nos shows vejo a carinha deles, sinto os abraços. É ali que a gente se conecta com mais força. 

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iG: A internet ainda é tomada por fãs de popstars como Justin Bieber e Anitta, mas tem dado cada vez mais espaço para artistas como você e Tiago Iorc. Você acha que os brasileiros estão prestando mais atenção nos artistas independentes de casa?
AM: Acho que o brasileiro gosta de tudo. Eu gosto de tudo! Eu gosto de Anitta! A gente quer mais é ouvir tudo, aproveitar tudo. A internet possibilita que a gente descubra tanta coisa. Estamos descobrindo uma nova cena na música. O novo sempre vem. As pessoas estão atentas, os jovens estão super atentos, redescobrindo o velho, absorvendo o novo, principalmente dentro de casa, artistas brasileiros incríveis como Liniker, Jaloo, saca? Tá lindo e o espaço está abrindo para tudo e todos! Quanto mais diversidade, melhor.

iG: Quais são seus planos para este ano? Você pretende gravar um álbum cheio?
Ana Muller: Eu quero ir para o maior número de cidades que eu conseguir. Desde o ano passado a galera tem pedido shows em várias cidades e esse ano eu quero ir! O álbum cheio vai vir, mas com naturalidade também, e não deve demorar muito!

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