Novidade desta quinta-feira (26) nos cinemas brasileiros, “Beleza Oculta” é o novo filme de David Frankel, diretor de “O Diabo Veste Prada”. É possível reconhecer um dos feitos mais notáveis do diretor sem nem mesmo assistir o filme. Ter reunido um elenco de estrelas francamente extraordinário. Will Smith encabeça um elenco que tem Helen Mirren, Kate Winslet, Naomi Harris, Michael Pena, Keira Knightley e Edward Norton.  

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Edward Norton em cena de
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Edward Norton em cena de "Beleza Oculta"

É justamente Edward Norton quem concede essa entrevista veiculada com exclusividade pelo iG . No bate-papo, o ator fala de seu ceticismo em participar de um filme para as festas natalinas, sobre o entusiasmo juvenil de Will Smith no set, da importância de Nova York para a história e do senso de humor da rainha Helen Mirren.

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iG: Quando você ouviu do projeto pela primeira vez?

Edward Norton: Toby Emmerich, que está à frente da New Line, me ligou e disse que estava tentando ajustar esse filme para o Natal (quando “Beleza Oculta” foi lançado nos EUA). Eu respondi que ele tinha procurado o cara errado, pois eu não tinha a menor intenção de fazer um filme típico das festas. Ele insistiu e disse que o roteiro lembrava “A Felicidade Não se Compra” e eu pensei comigo mesmo que era uma baita responsabilidade fazer uma comparação como essa...

E o que você achou do roteiro quando leu?

Eu comecei a ler o script preparado para recusá-lo, mas eu me surpreendi por ele realmente ter me tocado. Eu gostei porque tem um tom que o eleva do mero realismo. Eu pensei que demandaria um trabalho muito elaborado de tom para que algo como o que estava naquelas páginas fosse crível na tela e eu gosto de desafios.

Como você explica essa elaboração de tom?

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Edward Norton e Keira Knightley em cena de "Beleza Oculta"

A trama consegue ser engraçada e leve, como se pertencesse à Hollywood de uma outra época e, ao mesmo tempo, cativa por ter esses momentos de extrema ternura. Eu achei o roteiro muito inteligente e o meu personagem, Whit, tem uma pegada de Jimmy Stewart.

O filme é sobre um grupo de pessoas que estão conectadas e compartilha de uma história profunda, mas que estão estagnadas por razões diversas e que de alguma maneira se encontram em momentos decisivos de suas vidas. Para mim, “Beleza Oculta” é sobre como você pode perder os parâmetros do que realmente importa quando o mundo parece te sufocar com todo o tipo de problema e você precisa se esforçar para manter o foco nos aspectos certos da vida.

E como Whit se encaixa nesse contexto?

O casamento dele está desmoronando, seus filhos estão com raiva dele e ele está falido. Todo mundo nessa história meio que está inserido nos problemas alheios e Whit lidera um grupo deles a uma ideia um tanto louca e manipuladora, mas o faz com boas intenções.

O personagem do Will Smith, Howard Inlet, se isolou de seus amigos e recolheu-se da vida de muitas formas. Por que você acha que ele se torna um catalisador tão forte para todos esses personagens?

A primeira cena do filme já estabelece Howard e Whit sendo grandes e melhores amigos ao ponto de praticamente serem como irmãos. E apesar de tudo que acontece, toda a tensão inerente à sucessão de eventos, você pode sentir o amor e o respeito que os amigos de Howard têm por ele. Eu acho que toda a história se resolve na consciência do afeto que envolve e liga esses personagens.

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E como foi trabalhar com Will Smith?

Ele é maravilhoso! Will é extremamente receptivo, disponível e um colaborador generoso. Seu nível de entusiasmo e seu respeito pelas ideias das outras pessoas quase te faz acreditar que ele está fazendo o primeiro ou segundo filme de sua carreira. É algo revigorante. E posso dizer o mesmo de Helen Mirren e Kate Winslet.

Em que sentido?

No sentido que por mais que elas estejam fazendo isso por mais tempo do que eu, o amor delas pelo trabalho parece intacto e isso realmente me impressiona. Eu adoro essa força de espírito!

Você já trabalhou com muitos diretores ao longo da sua carreira. Quais suas impressões de David Frankel?

David é muito sutil. Ele confia nas pessoas com quem trabalha e aprecia o que elas fazem de verdade. Ou seja, quando ele coloca algo em questão, não é vaidade. É algo que realmente precisa ser levado em conta. David Frankel tem jeito para equilibrar humor e emoção com profunda sensibilidade.

Edward Norton e Kate Winslet em cena de
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Edward Norton e Kate Winslet em cena de "Beleza Oculta"

Alguma dessas emoções que movem a trama ecoou em você após o encerramento das filmagens?

A rotina de fazer filmes te obriga algumas vezes a desenvolver uma certa casca, porque você não pode estar à flor da pele a todo o momento, mas isso não quer dizer que histórias como essa não te afetam.

E quando você viu o filme finalizado?

Me afetou. Eu achei o filme muito emocional e envolvente. E me deu a perspectiva de que o caos e a densidade de Nova York podem precipitar coisas como as que vemos no filme.

Como?

Nova York é tão peculiar que te ajuda a comprar a ideia que algo como o que vemos no filme pode acontecer. É preciso muito engenho e distração para fazer o que se faz com Howard. É como em um truque de mágica, em que você faz todo mundo olhar para um lugar, enquanto alguém sobe no palco. Essa dinâmica simplesmente não funcionaria em uma cidade pequena. 

Você imaginava que Helen Mirren fosse tão engraçada?

Eu imaginava porque já a conheço bem. Eu acho que Helen tem um senso de humor magnífico e eu adorei vê-la interpretar aquele que acredito ser o personagem mais engraçado do filme.

Edward Norton, Helen Mirren e Will Smith podem ser vistos em “Beleza Oculta” a partir desta quinta-feira (26) nos cinemas.

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