Clarisse Abujamra durante os ensaios de
Divulgação
Clarisse Abujamra durante os ensaios de "Cenas de uma Execução"

 Clarisse Abujamra fala com entusiasmo da cultura. Aos 69 anos e com o extenso currículo de contribuições à arte e cultura brasileiras é reconfortante descobrir nela o entusiasmo e ansiedade vislumbrados no bate-papo dela com a reportagem do iG às vésperas da estreia da nova, e curta, temporada de “Cenas de uma Execução” no Espaço Parlapatões em São Paulo.

Leia mais: Obra-prima, “A Criada” conta história de amor com cinismo e fetiches sexuais

“O texto é assim, uma coisa de babar”, derrete-se Clarisse Abujamra ao falar de seu retorno à peça, que dirige, produz e protagoniza, além de assinar a adaptação da obra do britânico Howard Barker. A peça fica em cartaz entre 14 de janeiro e 5 de março, sempre aos sábados (21h) e domingos (20h). “Barker faz um embate entre a arte, o poder, a influência da crítica e o amor”, observa a atriz ao falar sobre a contemporaneidade do texto que se comunica, inclusive, com o feminismo tão em carne viva na atualidade.

Leia mais:  Cinco artistas para ficar de olho em 2017

“Cenas de uma Execução”, baseado em fatos reais, conta a terrível batalha de Lepanto, em 1571 quando a Liga Santa venceu o Império Ortomano, batalha esta que representou o fim da expansão islâmica no mediterrâneo. A vida da grande pintora Artemísia Gentileschi é o eixo central da história. Na pena do polêmico autor inglês Howard Barker, ela se torna Galactia, a pintora que desafia seu tempo e provoca o poder a repensar sua autoridade.

undefined
Divulgação

Cena da peça "Cenas de uma execução", dirigida por Clarisse Abujamra

A Veneza do século XVI se torna o cenário para uma tensão atemporal entre a ambição pessoal e a responsabilidade moral.  Em cena o humor, a ironia, a sensualidade, a história de amor entre dois pintores, o embate de gerações e o amor à arte.

“Essa mulher que era chamada de caravaggiana foi violentada, hostilizada... tudo por causa da sua ousadia na pintura”, salienta Abujamra sobre Artemísia Gentileschi. “A Galactia, personagem que é a Artemísia, é louca, mas louca no sentido de ousada, de transgressora. Isso traz uma revolta e a igreja começa a interferir”. Isso porque chamada a fazer um quadro comemorativo, Galactia pinta os horrores de um massacre sangrento, o que afronta a narrativa da igreja. “O fascinante desse espetáculo é porque ele é todo em cima da execução do quadro e a plateia não vê o quadro uma vez sequer”, observa.

Leia mais:  Cinema brasileiro terá presença expressiva no Festival de Roterdã, na Holanda

Para Clarice Abujamra essa opção impõe ao público que atue na construção do sentido da peça. “Chama teu imaginário”, diz a atriz ao tecer mais um elogio à força do teatro inglês, “o teatro da palavra”.

Créditos

Texto - Howard Barker

Direção Geral – Clarisse Abujamra

Cena da peça
Divulgação
Cena da peça "Cenas de uma Execução"


Personagens e elenco

Galactia, uma pintora – Clarisse Abujamra

Carpeta, um pintor – Evas Carretero

Urgentino, o Doge de Veneza – Oswaldo Mendes

Suffici, o almirante – Mauricio de Moraes

Você viu?

Rivera, uma critica de arte – Malu Bierrenbach / Lara Córdula

Ostensibile, o Cardeal – Roberto Ascar

Prodo, um veterano – Fabio Acorsi

Supporta, filha de Galactia – Amazyles de Almeida

Dementia, filha de Galactia – Priscilla Castelo Branco

O Caderno de Esboços (locução) – Leopoldo Pacheco

Figurino - Leda Senise

Assistente de figurino – Marcos Veniciu

Trilha Sonora – André Abujamra

Assistente de Direção – Vivien Buckup

Projeto de Luz - Wagner Pinto

Curadoria Artística  – Kika Goldstein e Federico Guerreros

Programação Visual - Ivan Abujamra e Antonio Fagundes Neto

Assistente de Produção – Priscilla Castelo Branco e Marina Gebara 

Produção Executiva - Yara Leite e Adriana Amorim

Produção – Clarisse Abujamra Produções Artísticas

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!