DJ Gabriel do Borel comenta apoio da mãe Valquíria
Reprodução/Instagram - 13.06.2022
DJ Gabriel do Borel comenta apoio da mãe Valquíria


Cachos marcantes e cheio de estilo, DJ Gabriel do Borel, de 23 anos, bem que poderia estampar campanhas de moda descoladas. Se esse momento ainda não chegou, uma de suas músicas, no entanto, foi parar em passarelas internacionais. A Mugler, renomada grife francesa e queridinha de artistas como Iza e Anitta, usou um trecho de um funk proibidão produzido pelo carioca (“Na pepeka sem camisinha”, parceria com MC Lucy) no lançamento de sua coleção primavera/verão, na semana passada. Autor de outro hit do momento, “Sentadona”, com versão de Luísa Sonza, Gabriel foi totalmente surpreendido.

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— Eu estava no sofá assistindo TV , quando todo mundo começou a me marcar na publicação e mandar mensagem. Fiquei sem reação, foi do nada. Não sabia que minha música estaria na trilha do desfile, a marca não me procurou. Estou muito feliz. Sempre sonhei com esse reconhecimento. É o funk brasileiro ganhando cada vez mais espaço — diz Gabriel, que viu amigos e famosos celebrarem: “Sensacional”, compartilhou Anitta.


Espaço que nunca imaginou que teria, embora tenha sempre sonhado. Nascido e criado no Morro do Borel, Zona Norte do Rio, Gabriel começou a se aventurar na música aos 12 anos. Aprendeu sozinho a fazer remixes. A mãe, Valquíria, que era empregada doméstica, fez um esforço extra para dar ao filho um notebook, quando soube do sonho dele de ser DJ.

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— Minha mãe sempre acreditou em mim. Os outros é que às vezes falavam mal. Na escola, me zoavam. Fingia não me importar, mas chorava em casa. Ia aos bailes pedindo oportunidade, diziam que eu tocaria às seis da manhã, chegava na hora, falavam para eu voltar na semana seguinte. Fui insistindo. Dentro de mim, eu sentia que era só uma questão de tempo até eu conseguir. Também me inscrevi em um curso de informática, que dava R$ 300 no fim para quem concluísse. Foi a forma de investir no meu sonho. Até que estourei com meu primeiro beat...

A ascensão começou há cinco anos, quando sua batida se tornou uma marca em funks que repetiam os versos “Borel, Borel, Borel”. Depois, começou a se aventurar na vertente do “proibidão”, as músicas que citam palavrões ou versos mais picantes. A música usada no fashion show francês, por exemplo, fala de sexo sem camisinha:

— É mais uma barreira sendo quebrada. É mais um lado do funk. Nos mostra que tudo é possível. E é só uma música. Sempre faço e falo para fazer sexo com camisinha (risos). E não toco só proibidão. Cada evento pede um estilo e trânsito.

Requisitado, hoje Gabriel faz em média 30 shows por mês. Viu a vida da família mudar completamente. Deixou a casa no Borel com a mãe e os dois irmãos e se mudaram para um condomínio no Recreio, na Zona Oeste.

— Morávamos numa espécie de vila. A nossa casa tinha um quarto para dividirmos em quatro pessoas. Hoje, já é um lugar bem maior e confortável. Tenho até espaço para o meu estúdio. Podemos comer qualquer coisa, na hora que a gente quer. Minha mãe também não precisa trabalhar. Estamos todos felizes. Conquistamos tudo isso juntos.

Parcerias internacionais vindo aí

O artista tem caminhado bem também entre famosos. Fez parcerias musicais de MC Livinho à Anitta. E foi com Luísa Sonza, que pediu para fazer um remix de uma música dele já lançada com MC Frog e David Kneip, que Gabriel entrou no topo das músicas mais ouvidas do Brasil no Spotify, e foi parar no top 50 global do streaming.

— Sou cara de pau e mando mensagem no Instagram para todo mundo que quero colaborar. Com a Luísa, não tenho nem palavras. Ela é sensacional. Escrevi para ela no dia 17 de janeiro de 2020: “Salve, quando vamos lançar a nossa música?”. E ela respondeu: “Só marcar”. Mandei um beat, ela gostou, mandou o vocal, mas a música vazou e não foi lançada. Até que ela ouviu “Sentadona”, porque eu postei, e ela pediu para fazer o remix. No dia seguinte, já fui do Rio para SP.

Com Anitta, passou até um dia todo na casa da Poderosa. Se divertiram na piscina e também trabalharam muito.

— Ela é muito talentosa. Participa de tudo. Na produção, já fala o que vai ficar legal e o que não vai.

Agora, Gabriel está de olho nos gringos. Ludmilla é a próxima a lançar com ele uma música ao lado de outros cantores internacionais, que ainda não pode revelar o nome.

— Vou ficar em julho nos Estados Unidos para produzir músicas e conhecer mais gente. Tenho várias parcerias já pré-agendadas. Vem muita coisa boa aí.

Também estão previstas a inclusão de uma música do DJ em uma série internacional de streaming. E até convite já formalizado para atuar em uma série brasileira.

— Sempre quis ser reconhecido pelo que faço.

Mais curiosidades

Estilo

Gabriel não conhecia a marca francesa que usou sua música. Também não é adepto de comprar algo só por ser de grife. “Gosto de andar arrumado. Sigo sites de estilo de roupa, alguns perfis no Instagram, gosto de tudo isso, mas não sou muito ligado nas marcas. Nem sou de gastar com roupa cara. Gastei no início, quando comecei a ganhar dinheiro (risos). Mas é que nunca tive acesso a isso e agora eu posso. Acho que a gente tem que se sentir bem e confortável”.

Parcerias além da música

O DJ não encantou apenas as estrelas pop brasileiras. Foi convidado para tocar em uma festa de aniversário de Neymar na França. “Não viramos amigos exatamente. Fui tocar na festa. Mas sou fã, ele é muito gente boa”. Antes de entrar em campo, o jogador tem o hábito de sair do ônibus do time sempre ouvindo alguma música. Os hits viralizaram. Gabriel espera ter a honra de vê-lo divulgando um de seus hits no futuro: “Seria legal demais”.

Investindo na família

Além de sustentar a mãe e os dois irmãos, Gabriel tem feito questão que a família invista nos estudos. “Pedi minha mãe para escolher um curso para se especializar. Meu irmão está fazendo enfermagem. Minha irmã, matriculei na escola particular”. O artista concluiu o ensino médio, não pretende fazer faculdade agora, mas quer se especializar na música. “Tem vários cursos na área que quero fazer e estou olhando. Também quero aprender a tocar piano”, diz.

Vida afetiva

“Estou solteiro. Acho que tenho que aproveitar mais a vida, escolher a pessoa certa, no tempo certo. É que, por enquanto, estou muito focado na minha carreira. Estou novinho para namorar, né? (risos)”.


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