Uma das áreas mais afetadas pela pandemia da Covid-19 foi, sem dúvida, o setor de cultura e entretenimento. O ator e bailarino Vittor Fernando viu seus trabalhos se reduzirem a zero quando o vírus se instalou no Brasil e os teatros fecharam suas portas para evitar a proliferação da doença. Sem perspectivas, o artista encontrou na internet uma forma de "não surtar" e baixou o aplicativo TikTok para se divertir e passar o tempo.
“Eu comecei despretensiosamente a fazer vídeos, mais para me distrair. Estava triste por causa da pandemia e preocupado com o mercado artístico parado e comecei a fazer vídeos, a princípio, somente para meus seguidores assistirem quando começou a viralizar e tomou uma proporção que eu não esperava”, conta em entrevista ao iG Gente .
Fama e apoio da família
Os vídeos se popularizaram nas redes sociais, não apenas no TikTok, até que outros criadores de conteúdo começaram a mandar mensagens e segui-lo. Vittor lembra que os trabalhos voltaram a aparecer na época em que seu primeiro post viralizou em que ele falava sobre a Revolução Francesa logo no início da quarentena.
Nessa época, ele já estava morando novamente com sua família em Poá, a 34 km de São Paulo, e recebeu todo o apoio de sua família para seguir adiante com o novo ofício. Ele comenta que seus familiares sempre foram a base para sua carreira na internet e nos palcos.
“Como eu comecei a fazer lá em casa, eles ficavam ‘o que você está fazendo dentro desse quarto berrando?’. Depois eles foram entendendo. Sempre me apoiaram em tudo, até na arte, mesmo sendo um caminho totalmente diferente da nossa realidade", explica. "Morei muito tempo na periferia, então lá não tem essa ideia de trabalhar com a arte. Como minha família já estava acostumada com minhas ideias 'doidas', eles me apoiaram depois que começaram a entender que isso é uma profissão”, acrescenta.
Como ganhou fãs rapidamente, ele agora está com 5 milhões de seguidores no Tiktok e mais de 2 milhões no Instagram. Vittor ainda está aprendendo a lidar com tudo isso e declara que, por estar na quarentena, não tem tanta noção da proporção do seu sucesso ainda.
“Voltei para São Paulo para morar sozinho e tive mais noção quando já estava aqui. Ao sair de casa para resolver minhas pendências e eu via as pessoas me parando para tirar foto e eu ficava ‘eita, que isso? aconteceu’”, se orgulha.
Vídeos leves e alguns poucos haters
O criador de conteúdo roteiriza e produz suas obras. Os vídeos falam sobre situações divertidas e inusitadas da vida de qualquer pessoa, sempre com o rosto e a voz distorcidos para trazer mais comédia às sátiras. Agora, enquanto o país está acompanhando o Big Brother Brasil 21 pela televisão, o tiktoker também tem produzido sobre o reality show.
“Também gosto de comentar no Twitter tudo o que acontece no BBB. O mais engraçado é que o pessoal quer saber o que eu tenho para falar, então tenho focado mais, acho que todo mundo está de olho eu faço vários vídeos”, salienta.
Toda pessoa que trabalha na internet sempre está atenta não somente aos seguidores, mas também aos temidos haters. “Antigamente era muito raro ter haters, mesmo tendo uma visibilidade legal. Acho que conforme vão aumentando os números, eles seguem crescendo. Tipo assim: eu sempre tento fazer um conteúdo leve, mas tem gente que não gosta”.
Vittor se recorda que na época em que começou a produzir seus vídeos, algumas pessoas na área das artes tiveram um certo preconceito por vê-lo fazendo personagens na internet, porém ele acredita que as redes sociais são muito democráticas e dão espaços para todos que querem tentar.
“Acho que está chegando em um lugar de grande respeito, mas no início teve gente perguntando o que eu estava fazendo. A arte em si tem vários nichos, mas faz parte. Hoje em dia, eu não sinto mais esse preconceito porque a internet está ganhando força e várias pessoas surgiram nesse nicho”, finaliza.