Prestes a lançar um novo álbum , Karol Conka, de 31 anos, mostra na capa da Revista Glamour de março que é o símbolo-mor da Geração Tombamento. “Quero mostrar que as mulheres podem falar. Não podemos nos calar diante de nada", comenta ela, que também fala tranquilamente sobre sexo oral, preconceito, maconha, casamento, assédio, e muitos mais.

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Karol Conka na capa da Glamour de Março
Divulgação/Glamour
Karol Conka na capa da Glamour de Março


Karol Conka conta que estava vivendo um conflito com ela mesma e, agora, se prepara para uma nova fase. "Sempre saí na rua numa boa, mas no ano passado começou a ficar difícil. Senti isso quando fui ao cinema com meu filho, Jorge, de 12 anos, e perdemos o início do filme. Ele ficou chateado, achando que as pessoas não me respeitavam. Fiquei pensando nisso. Não é uma questão de respeito, elas só gostam de mim. Ao mesmo tempo, me idealizam, como se eu fosse uma diva, como se não frequentasse certos lugares. Aí fico sem entender o que estou passando para as pessoas, sabe?", conta ela, que depois disso passou a ter medo de sair na rua.

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Solteira, a cantora falou abertamente sobre maconha ao ser questionada sobre a draga a deixar mais tranquila. "Gosto de fumar, mas antigamente fumava mais. Fumar demais atrapalha. Tudo demais atrapalha", dispara. "Falo para o meu filho que quando ele quiser fumar, para me avisar, que eu que vou botar para ele. Ele responde que nunca vai fumar. Respondo: 'Arrasou!'. Filho de maconheiro não fuma.

Sobre o fato de ter entrado no Tinder, ela também não viu problemas em falar e até contou o desfecho final de sua história com o aplicativo. "Dei um match com um boy lá, e ele não acreditava que era eu. Para provar, o segui no Instagram. Chamei para jantar e aí, pessoalmente, achei uó. Parecia que eu estava falando com um fã mesmo. Jantamos e tchau. Ele me perguntou se não ia rolar nem um beijinho. Eu falei: 'Lembra o que estava escrito na minha descrição' Estou aqui para tirar uma onda'. Então, foi isso mesmo".

Karol Conka
Divulgação/Glamour
Karol Conka


Com ou sem Tinder, Karol conta que gosta de ter alguém para fazer tudo junto, mas se tiver vontade de ficar com outra pessoa, ela avisa. "Tive um namorado que falou que tudo bem. Aí, fiquei com o outro e terminei com ele.Ela, que nunca namorou mulheres, apenas "ficou", namorou quatro caras na vida, e revela: "Não é fácil namorar comigo".

Mas e casamento? "Tenho pavor", responde, assim, na lata. A cantora é daquelas que quando namora, gruda, a ponto de querer levar para todos os lugares. Agora, ela diz estar tentando achar um equilíbrio. ". Às vezes, a gente se apaixona por um relacionamento que a gente idealiza e, com o passar do tempo, vê que não é bem aquilo.

"Eu sou uma mulher bem resolvida com todos os temas da minha vida. Falo mesmo que não rolou e pronto! Fui embora e, ainda, deixei um baseadinho para ele de presente. Depois, bloqueei e já era. Dizer não para uma pessoa também é um ato de sinceridade".

Sem papas na língua

Sem papas na língua, Karol Conka flaou sobre Lalá , seu novo hit que fala sobre sexo oral. Afinal, podemos esperar polêmicas? "Sempre. Não entendo quando me falam que eu não devia cantar uma música como “Lalá” porque é feio. Minha mãe foi a primeira a dizer isso, falou que era baixaria. Mas sempre falei sobre esse assunto com as minhas amigas, comenta. "Era “lalá no clicli”, de clitóris. Minha mãe achou um absurdo quando ouviu. Achou pesada. Aí botei 'meu pau te ama' para ela ouvir e ficou tudo bem. Até meu filho acha que a música é ok".

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Falando em filho, como abordar esse assunto com ele? A cantora diz que ele entende, mas que tenta mostrar um lado mais poético para ele. "Converso de um jeito leve, descontraído. Não falo “pênis na vagina é sexo”. Mas ele sabe o que é. Sexo oral, por exemplo, ele falou que era um carinho dos adultos. E é mesmo. Quando ele deu um selinho numa amiga, me contou. Achei fantástico. Ele não me esconde nada.

Karol ainda comenta que se preocupa em criar um homem que não seja machista, mas que fica tranquila com o fato da atual geração ter uma cabeça mais aberta. Inclusive, ela comenta que seu filho brinca de casinha "e não há problema nenhum nisso". 

Ainda falando sobre sexo, a cantora diz que, às vezes, sair de casa na intenção de transar. "Saio com as minhas amigas e a gente começa a beber, a falar de música, a dançar quando vejo, são seis da manhã e não peguei ninguém".

Preconceito

Sim, Karol sabe do preconceito que os negros sofrem e também falou sobre o assunto sem nenhum problema. "Tem um restaurante que almoço sempre e, um dia, o dono veio falar comigo, dizendo que viu minha entrevista no programa Conversa com Bial e me achou culta, inteligente, que não esperava. Perguntei: 'Por que não esperava?' Ele: 'Não sei, essa galera do empoderamento é meio louca'. Retruquei: 'Querido, você não sabe de nada. Meio louca é a sua galera, que tem muito o que aprender com a gente'.. Existe uma grande marca aí, internacional, que está incomodada com o tanto de negros bem-sucedidos que gostam e usam suas peças. As pessoas ainda têm preconceito com o rap, que foi considerado em 2017 o estilo musical mais ouvido do mundo. A moda depende do universo negro. Essa coisa do colorido vem do negro. A maquiagem surgiu no Egito, com os negros. Mas a galera continua achando que não. Por isso, fico muito lisonjeada quando a Glamour me chama, quando estou na capa da revista", conta.

Karol Conka na revista Glamour
Divulgação/Glamour
Karol Conka na revista Glamour


Mesmo com preconceito, ela chegou lá. "Sei que para o meu mundo eu sou linda, mas para o mundo convencional ainda falta um monte de coisas em mim. Aí entendo que a beleza não é o principal, mas sim o carisma, o profissionalismo", explica. "Sou fã da Gisele Bündchen. Ela é linda, mas não foi só a beleza exterior que abriu as portas para ela. Ela chegou lá por ser a mais profissional, por não reclamar e entender o lugar que ocupa, o que quer passar. Se uma marca me contrata, sei o que meu público espera de mim. Ser estrela é saber brilhar com os outros.

Feminismo

Por fim, Karol conta sobre sua criação feminista. Ela revela que foi criada pela mãe e avó materna. Seu pai, alcóolatra, ficou em casa até os 11 anos. "Sempre vi os homens como frágeis. Não tem uma história de um homem incrível na minha família. Meu avô materno espancava a minha avó. Ela costumava dizer que o homem sempre olharia a mulher de cima, então, desde o início devíamos nos impor. Ele só parou de agredi-la quando ela revidou". É daí que vem seu radicalismo”.

"Lembro de ter visto meu pai erguer a mão uma vez para minha mãe. Ela disse: “Bate, me arrebenta, mas consiga me deixar no chão, porque se eu levantar eu vou quebrar a casa inteira, você inclusive”. Sei de histórias terríveis do meu pai chegar bêbado e obrigar minha mãe a transar. Mais tarde, expliquei a ela que isso já era estupro, mesmo dentro da relação", finaliza Karol Conka.







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